Economia

Lula sobe o tom contra Selic: ‘Gasto é pagar 13,75% de juros para o sistema financeiro’

02 jun 2023, 13:12 - atualizado em 02 jun 2023, 13:12
Lula, Petrobras, Foz do Amazonas
Presidente Lula volta a criticar taxa básica de juros (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou nesta sexta-feira (2) a criticar o nível do juros básico no país. As declarações foram feitas em um evento na Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo (SP).

Para Lula, as despesas com saúde e educação não podem ser consideradas gastos, mas, sim, investimentos. Por outro lado, em sua visão, o Brasil gasta ao pagar os juros da dívida pública, que estão acima dos dois dígitos desde fevereiro de 2022.

“Gasto é a gente pagar 13,75% de juros para o sistema financeiro desse país. Isso é gasto! O restante é investimento, quanto mais saudável, quanto mais educada e quanto mais preparada [a população], mais o país vai crescer”, disse o presidente.

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PIB pode ajudar na queda do juros

Os números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta quinta-feira (1º) deram ao governo Lula mais um argumento para pressionar o Banco Central na redução da taxa Selic.

Após a divulgação da alta de 1,9% no primeiro trimestre de 2023, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) avaliaram que o momento é de redução do juro básico, ainda que de forma gradual.

Para Tebet, os dados econômicos mostram a inflação em queda, o que dá espaço para que o Banco Central altere o rumo da política monetária.

“Mesmo com a economia um pouco mais aquecida, não é isso que iria impactar a inflação. Consequentemente, não haveria razão para não começar, ainda que de modo muito gradual, a diminuir os juros no Brasil”, disse a ministra para jornalistas.

Haddad, por sua vez, comentou que o resultado do PIB está em linha com as projeções da equipe econômica.

“Para manter a economia gerando emprego, precisa tomar cuidado com 2024, ter clareza de que temos uma oportunidade muito boa, porque a inflação está vindo controlada e juros futuros estão caindo bastante sensivelmente, o que abre uma janela de oportunidade importante para a política monetária”, afirmou.