Economia

Lula segue alfinetando Campos Neto sobre Selic; ‘A função dele não é só atingir a meta’

14 jul 2023, 7:49 - atualizado em 14 jul 2023, 7:59
taxa Selic
Lula critica desde o início do mandato o atual patamar da taxa Selic (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a taxa Selic em 13,75% ao ano, patamar em que está estacionada desde agosto de 2022.

Em entrevista à Record, Lula apontou que a função de Campos Neto também é fazer a economia crescer, e não só bater a meta de inflação. Para o ano de 2023, a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%

“No caso do atual presidente do Banco Central, o BC tem autonomia, ele foi indicado por um outro governo e foi aprovado pelo Senado, ele está lá, ele tem uma função”, disse Lula. “Mas a função dele não é só atingir a meta de 3,25% que ele estabeleceu, a função dele também é gerar empregos, e a função dele também é fazer a economia crescer”, completou.

Lula defendeu ainda que o presidente do BC precisa agir com a responsabilidade de olhar a política monetária com “vários vieses”.

“Ele não pode apenas achar que é preciso aumentar o juro. Nós não temos inflação de demanda, você aumenta o juro quando tem inflação de demanda”, defendeu.

Lula terá o corte da Selic?

Já é unânime entre o mercado financeiro que a taxa Selic será reduzida ainda este ano, mostra pesquisa Genial/Quaest. A pesquisa foi realizada com 94 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão com fundos de investimentos em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

Ao todo, 92% dos entrevistados acreditam que o Comitê da Política Monetária (Copom) deve cortar os juros já em agosto. Outros 7% esperam uma diminuição da taxa básica em setembro e, apenas 1%, novembro.

Para a próxima reunião do Copom, as maiores apostas dos tomadores de decisão do mercado são de redução de 0,25 ponto percentual (p.p.) (56%) e corte de 0,5 p.p. (32%) — apenas 1% vê diminuição superior a 0,5 p.p.

Já 7% dos entrevistados esperam que a autoridade monetário mantenha a Selic em 13,75% em agosto e 4% acreditam em mais uma alta de 0,25 p.p.

* Com Reuters e Giovana Leal

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