Lula se aproxima de vitória no 1º turno se Meirelles assumir Economia, diz banqueiro
O ex-presidente e candidato Lula pode ficar mais próximo da vitória no primeiro turno caso Henrique Meirelles assuma o ministério da Economia, afirma o CEO do banco BR Partners (BRBI11), Ricardo Lacerda, em entrevista à Folha de S. Paulo.
“Depois da aliança com Geraldo Alckmin, o apoio de Meirelles a Lula é o fato mais importante na conquista do empresariado e parte da classe média que rejeita o petista”, disse ao jornal.
Na visão de Lacerda, Meirelles une caraterísticas que agradam o mercado porque não é petista, porém transita no espectro da aliança formada por Lula.
“Uma eventual confirmação de Meirelles como ministro da Economia aumentaria as chances de vitória de Lula já no primeiro turno”, observa.
De acordo com pesquisa Datafolha, Lula teria hoje 48% dos votos válidos, quando são excluídos nulos e brancos. Com a margem de erro, isso significa de 46% a 50%. Para vencer no primeiro turno, ele precisa de metade dos votos mais um.
Segundo pesquisa Ipec também divulgada esta semana, o ex-presidente teria 51% dos votos válidos.
Lula e Meirelles
Em entrevista à Reuters, o ex-ministro disse não ter sido sondado para voltar ao governo em caso de vitória do petista nas eleições de outubro, mas deixou a porta aberta para tanto ao ressaltar ter excelentes relações com ele.
“Não tem nada (na mesa)”, disse.
Questionado se aceitaria um eventual convite, Meirelles afirmou que não “perde tempo decidindo sobre hipóteses”, acrescentando que, em 2002, quando Lula venceu as eleições pela primeira vez, sua ida para o governo só foi acertada após o resultado do pleito.
Visto como um nome pró-mercado, Meirelles participou de evento nesta manhã em que outros ex-presidenciáveis declararam apoio a Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.
O mercado reagiu positivamente à contundente fala do ex-chefe do BC, com o dólar caindo frente ao real e a curva longa de juros também cedendo, após Meirelles ressaltar feitos econômicos dos governos Lula, incluindo controle da inflação, criação de empregos, redução da pobreza e acúmulo das reservas internacionais.
Questionado se a presença do ex-governador de São Paulo na chapa de Lula teria tido papel na decisão de voto, Meirelles afirmou que “ajuda”, mas ressaltou ter “excelentes relações” com o ex-presidente independentemente disso.
“Apesar de declarações equivocadas feitas por membros da campanha, eu, baseado na minha experiência de trabalho com ele (Lula) nos dois governos, nos dois mandatos, tomei essa decisão baseado na expectativa de que a realidade iria prevalecer”, disse Meirelles.
Com Reuters
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