Lula responde avaliações negativas; ‘não concordo com que o PIB vai cair zero não sei das quantas’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a sua agenda de trabalho no Palácio do Planalto, após o diagnóstico de pneumonia, e já retornou com uma reunião ministerial com as pastas dos setores produtivo e industrial.

Lula aproveitou o encontro para dar uma resposta para a pesquisa de avaliação de governo divulgada pelo DataFolha no domingo (02) e também as projeções de mercado.

“Eu disse para o [Fernando] Haddad na semana passada que eu não concordo com as avaliações negativas de que o PIB vai cair ‘zero não sei das quantas’. Vamos ver o que vai acontecer quando a chamada economia micro, pequena e média começar acontecer nos rincões desse país. Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, a comprar mais, a vender mais. A gente vai perceber que a economia dará um salto importante”, afirmou.

Lula disse que acredita que o país crescerá mais do que os pessimistas estão prevendo e que acontecerá mais coisa no Brasil do que as pessoas estão achando que vai acontecer.

“Se a gente ficar apenas lamentando aquilo que achamos que não vai acontecer, ninguém vai investir em cavalo que não corre. Se você está numa corrida de cavalo dizendo que seu cavalo é pangaré, ninguém vai fazer nenhuma aposta”, completou.

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Avaliação negativa

Segundo o DataFolha, o percentual de brasileiros que acreditavam na piora na situação econômica nos próximos meses subiu de 20% para 26% desde que o novo governo tomou posse.

Além disso, a aprovação de Lula é de 38% e o índice de reprovação chega a 29%. Com isso, a desaprovação de Lula se torna igual à registrada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no mesmo momento de seu governo, em 2019.

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Mais da metade dos entrevistados (51%) afirmam que Lula fez menos do que o esperado nos três primeiros meses de governo.

Sobre isso, Lula também deu uma resposta sutil em seu discurso ao afirmar que os ministérios já recuperaram quase todas as políticas sociais que haviam sido desmontadas pelo governo anterior e que políticas públicas levam “alguns dias” para começar a funcionar.

A pesquisa também mostra que o pessimismo aumentou quanto ao desemprego: 44% percebem um aumento da falta de vagas de trabalho, ante 36% registrados em dezembro.

“Estamos acreditando que esse país vai voltar a ser um país em crescimento. Geração de emprego é a nossa obsessão agora. […] Temos que ter essa obsessão de fazer esse país voltar a crescer, porque se esse país crescer ele volta gerar emprego, emprego gera salário, o salário gera aumento de consumo e aí a roda gigante da economia volta a funcionar e todo mundo volta a ser otimista nesse país”, disse Lula. 

O presidente ainda brincou falando que basta olhar para a cara do ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, que voltou recentemente da China para ver que ele está “150% de otimismo”. 

Entre os dias 29 e 30 de março, o Datafolha ouviu 2.028 pessoas, em 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

100 dias de Lula

Lula também relembrou que os 100 dias de governo estão chegando. No dia 10 de abril, acontecerá outra reunião com os ministros para avaliar o que já está funcionando e quais novas propostas cada pasta vai apresentar.

“Os 100 dias vão fazer parte do passado. A gente vai ter que discutir o que fará do ponto de vista de investimento na área industrial, na área agrícola, o que agente vai fazer na área de ciência e tecnologia […] Eu estou convencido de que o país vai dar um salto de qualidade”, disse. 

Confira o discurso do presidente