Lula ou Bolsonaro: Compare os planos econômicos de cada um
Neste domingo (30), os brasileiros vão às urnas escolher o futuro presidente do país. O interesse nas propostas econômicas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ganhou força na reta final da corrida eleitoral.
Desde o primeiro turno, Lula já recebeu o apoio de nomes de peso da economia, como ex-ministros da Fazenda e os “pais” do Plano Real. Enquanto isso, Paulo Guedes intensificou sua presença na campanha do atual presidente.
Veja o que cada um promete para a economia
Ministro
O atual ministro Paulo Guedes deve continuar no cargo caso Bolsonaro conquiste o segundo mandato. No entanto, o presidente não confirma, nem nega, a presença do economista do governo nos próximos quatro anos.
Há duas semanas, durante uma entrevista, Bolsonaro elogiou Guedes, mas falou que quem decide isso é o ministro – alegando a idade de Guedes.
“Paulo Guedes foi um dos melhores ministros da Economia do mundo, levando-se em conta, inclusive, a questão da pandemia […] Por mim ele continua. Eu não sei se, pela idade, ele quer continuar.”
Lula, por outro lado, não divulgou o nome de quem deve assumir o Ministério da Economia caso seja eleito – e já deixou claro que não vai divulgar antes dos resultados eleitorais.
No começo do mês, Lula afirmou que “já foi candidato a presidente em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. Nunca ninguém me pediu para indicar um ministério antes. É loucura alguém imaginar que você pode indicar um time antes”, disse.
Ainda assim, o mercado já fez suas apostas. Um dos nomes mais comentados é Henrique Meirelles, que foi ministro da Fazenda no governo de Michel Temer e presidente do Banco Central no governo Lula, entre 2003 e 2010.
O economista já negou que tenha sido convidado para assumir o cargo, mas diz estar disposto a conversar sobre a possibilidade.
Salário mínimo
O tema deu o que falar nos últimos dias. Na semana passada, a Folha de S.Paulo teve acesso a documentos do Ministério da Economia que indicavam que o governo tinha o plano de desindexar o reajuste do salário mínimo e aposentadorias. Com isso, o reajuste poderia ficar abaixo da inflação.
Guedes precisou se posicionar, negando o projeto de mudança nos reajustes. A notícia caiu como uma bomba na campanha de Bolsonaro, que tenta conquistar os votos dos eleitores de baixa renda.
Desde então, Lula aproveitou para reforçar que vai aumentar o salário mínimo acima da inflação. Ele pretende criar uma regra para garantir que a correção do salário mínimo fique acima da inflação. O plano é usar como base a média do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos cinco anos.
Com isso, o ganho real seria em torno de 1,3% da renda do trabalhador em 2023. A equipe econômica da campanha do petista avalia que, se o PIB de 2022 subir 3%, o ganho real ficaria 1,25%.
Impostos
Ambos os candidatos defendem uma reforma tributária. O governo de Bolsonaro inclusive conseguiu aprovar um projeto na Câmara dos Deputados, mas acabou sendo deixado de lado no Senado. O atual presidente promete a correção de 31% na tabela do Imposto de Renda.
Já Lula sugere a simplificação dos tributos, o que fará com que pobres paguem menos. Além disso, os dois candidatos já falaram em taxação de lucros e dividendos.
Benefícios sociais
O Auxílio Brasil é um ponto em comum entre Lula e Bolsonaro. Ambos afirmam que pretendem manter o valor de R$ 600 para o ano de 2023, apesar de o orçamento do ano que vem não prever esse gasto extra. Vale lembrar que, a partir de janeiro, o benefício volta a ser de R$ 400.
Privatizações
Esse é um dos temas que mais diferem os candidatos no âmbito econômico. Com Guedes na liderança da Economia, a tendência do governo de Bolsonaro é de privatização das empresas públicas.
No seu primeiro mandato, ele conseguiu arrecadar R$ 304,2 bilhões com privatizações e desinvestimentos de estatais. A principal foi a da Eletrobras (ELET6), que finalizou o processo em junho deste ano.
Estão na lista de futuras privatizações de Guedes os Correios, a Petrobras (PETR3; PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3).
Lula, por outro lado, é contrário às privatizações. O ex-presidente já criticou mais de uma vez a venda de subsidiárias da Petrobras, que foram planejadas durante o governo de Dilma Rousseff.
O candidato também já afirmou que não vai privatizar as estatais, mas não confirma se irá reverter as privatizações realizadas pelos últimos governos. Segundo ele, é preciso “conhecer o que foi feito” antes de anunciar qualquer medida.
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