Lula nos EUA: agro será assunto na periferia do tema ambiental; na viagem à China, irá na ‘janelinha’
Costuma-se dizer que quando um presidente dos Estados Unidos recebe um chefe de estado apenas grandes temas são tratados diretamente entre eles. Temas do varejo, sobretudo de relações comerciais, são deixados pelas comitivas.
Como na visita do presidente Lula a Joe Biden – e que só durará 24 horas – só vão Fernando Haddad, da Fazenda, Celso Amorim, assessor especial para assuntos externos, e Mauro Vieira, do Itamaraty, além da candidata a estrela da viagem, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o agronegócio está fora da agenda.
Quando muito, ficará na periferia do principal tema do encontro entre os dois presidentes, que será a questão ambiental, uma vez que certamente Biden deverá apoiar todas as medidas que o novo governo está prometendo para barrar o desmatamento ilegal e promover a sustentabilidade amazônica.
Essa pauta deverá dominar, dividindo questões como a defesa da democracia, que estava no centro das declarações de Joe Biden desde as eleições vitoriosas de Lula e, sobretudo, após os atos antidemocráticas de Brasília em 8 de janeiro.
Caso Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, estivesse na comitiva que embarca amanhã e volta sábado, poderia haver alguma agenda com seu par americano, talvez para tratar da habilitação de novas plantas exportadoras de carne bovina cujos processos estão parados – entre as quais o da Frigol, que já passou por todas as etapas de verificação das autoridades.
Ou, possivelmente, ouvir alguma reclamação quanto ao fim de isenção de taxa de importação, pelo Brasil, de etanol de milho dos produtores americanos, que foi alvo de desconforto recente, o que acabaria inibindo qualquer tentativa do Brasil e pedir mais cota de açúcar às compras das indústrias daquele país, que interessa ao Nordeste.
A rigor, pouco há para ser tratado nesse macrosetor entre os dois países.
Mesmo assim Money Times perguntou ao Mapa se haverá alguma agenda específica, sem resposta até este momento.
A Fávaro está reservado lugar de honra na visita de Lula a Xi Jinping, líder chinês, marcada para o próximo mês, no que seria a terceira missão internacional de Lula, esta sim importante para o agronegócio brasileiro junto ao seu maior comprador de soja, carnes e açúcar.