Lula estuda isentar renda de até R$5 mil em reajuste de tabela do IR
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial, disse nesta quarta-feira que estuda, caso seja eleito, elevar para até 5 mil reais a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física e prometeu também que, se vencer, reajustará a tabela do IR todos os anos.
Em entrevista à Rádio Super de Minas Gerais, o petista fez a ressalva de que a faixa de isenção ainda está em discussão dentro da equipe do seu programa de governo, pois implica em uma perda de arrecadação.
Na véspera, em discurso a uma plateia de metalúrgicos em São Bernardo do Campo, Lula disse que o reajuste da tabela do Imposto de Renda será uma das primeiras medidas de um eventual terceiro mandato.
“Eu tenho a ideia de que nós vamos ter que escolher uma faixa maior para a gente poder isentar de imposto de renda. Hoje é 1.900 reais que as pessoas estão isentas, é preciso que a gente discuta uma outra faixa. Eu fico pensando por volta de 5 mil reais, ou seja, até lá as pessoas não precisariam pagar imposto de renda”, disse Lula à emissora mineira.
“Mas nós vamos ter que discutir, porque na hora que você fizer isso, você vai ter que deixar de arrecadar uma quantidade enorme de dinheiro que você vai ter que dizer de qual outra fonte você vai tirar recurso. Não tenho para fazer isso, porque ainda não ganhei as eleições… Agora, o reajuste, independentemente de qualquer coisa, a gente vai fazer isso todo ano”, acrescentou.
Na entrevista, Lula voltou a defender mudanças no sistema tributário para aumentar a taxação dos mais ricos, incluindo o fim da isenção sobre lucros e dividendos. O petista tem reiterado que, se eleito, fará uma reforma tributária progressiva, na qual os mais ricos terão que pagar mais impostos.
A correção da tabela do Imposto de Renda no ano que vem também foi prometida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição e que aparece em segundo atrás de Lula nas pesquisas.
Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro também havia prometido corrigir a tabela do IR, mas não cumpriu a promessa. Em 2021, o governo chegou a propor a correção dentro de um projeto de reforma do IR, que acabou travado no Congresso e não saiu do papel.
Quando apresentou a proposta, que corrigiria as faixas de tributação e ampliaria o limite de isenção do imposto de 1.900 reais ao mês para 2.500 reais ao mês, o Ministério da Economia estimou que a medida teria um custo anual de pelo menos 22 bilhões de reais ao ano.
A última vez que a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física foi reajustada foi em 2015. De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), a tabela do IR acumula, até o ano passado, defasagem de 134,52% em relação à inflação.
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