Lula é um velho parceiro da habitação, diz presidente do Secovi
Em seu segundo mandato, lá em 2009, Luiz Inácio Lula da Silva criou o programa habitacional Minha Casa Minha Vida. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o programa foi substituído pelo Casa Verde e Amarela e ainda teve a sua verba reduzida.
Agora, para seu terceiro mandato, a equipe de transição de Lula já conversa com construtoras para retomar o programa de habitação e também ampliar o aluguel social.
Para o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e CEO da construtora Plano&Plano, Rodrigo Luna, o governo pode ser novo, mas, na verdade, é um velho parceiro da habitação.
“É um governo que conhece com profundidade a importância do combate ao déficit habitacional, que sabe dos benefícios sociais e econômicos que o avanço da habitação traz e, principalmente, que se preocupa com as rendas menos favorecidas”, afirmou em entrevista exclusiva para o Money Times.
Luna se diz otimista de que Lula dará continuidade aos programas de habitação em larga escala. No entanto, reconhece que, no momento, existe uma preocupação muito grande na questão de orçamento, principalmente quando a gente fala das rendas mais baixas.
Falta de investimento
Nos últimos anos, os recursos voltados para os programas habitacionais caíram. Tanto que o projeto de orçamento apresentado pelo atual governo para 2023 reserva R$ 34,2 milhões para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) – é por meio deste fundo que são bancadas as construções subsidiadas pelo governo.
Se mantido, o corte de 95% da verba irá causar o congelamento de 140 mil obras de moradias para famílias com renda de até R$ 2.400.
“É bem verdade que o governo Bolsonaro por uma herança de déficit fiscal, não conseguiu atender a todos os programas e tivemos que nos adaptar à pandemia. Então, foi preciso passar por uma reeducação orçamentária”, diz.
Para o executivo, é preciso criar uma parceria entre municípios, Estados e Governo Federal na arrecadação de fundos para financiar as construções, principalmente, para as faixas abaixo de três salários mínimos.
“Hoje, a gente vê uma condição fiscal de municípios e Estados muito mais propícia a poder colaborar com o programa federal”, afirma o presidente, que diz já estar participando da interlocução com o novo governo.
Risco fiscal
Luna destaca que um desafio do próximo governo é conseguir controlar a economia e conseguir reduzir a taxa Selic, que impacta o setor de construções e financiamentos.
“O Brasil reagiu de forma rápida e eficiente [no combate à inflação]. Mas para isso, a taxa de juros teve que subir muito. A gente espera um comportamento muito equilibrado em termos do déficit fiscal para que essa taxa de juros possa cair o mais rápido possível.”
Além disso, é preciso equilibrar as contas públicas com programas sociais. “Não apoiamos nada que seja exagerado no que diz respeito a consumo de recursos, porque a gente também quer que sejam programas de longo prazo e sustentáveis financeiramente”, completa.
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