Lula diz ser favorável à seriedade fiscal, mas também à política e social
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira ser favorável à estabilidade econômica e à seriedade fiscal, mas disse que também defende a seriedade política e social no país.
Em discurso durante evento com movimentos sociais no Palácio do Planalto, o presidente disse que a dívida social brasileira é o maior débito que o país tem e repetiu a promessa de campanha de reajustar o valor do salário mínimo em termos reais em todos os anos de seu governo.
“Sou uma pessoa que defendo muito a estabilidade econômica, seriedade fiscal, mas quero seriedade política, quero seriedade social, porque é verdade que temos muita dívida para pagar, mas a dívida que tem que pagar é a dívida social contraída com o povo brasileiro”, disse Lula.
As declarações do presidente vêm em meio ao constante receio manifestado por agentes do mercado financeiro com as contas públicas do país em seu terceiro mandato na Presidência.
Também acontecem em um momento em que a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trabalha na elaboração de um novo arcabouço fiscal para substituir o teto constitucional de gastos.
No discurso para uma plateia de integrantes de movimentos sociais, Lula também disse que a economia brasileira se baseará na busca por alternativas de energia limpa e, também como fez durante a campanha eleitoral do ano passado, voltou a prometer combater o desmatamento da Amazônia, afirmando ser necessário entender a importância da floresta para o planeta.
O presidente também mencionou o decreto editado nesta terça que autoriza a Força Aérea Brasileira a criar uma zona de identificação de defesa aérea sobre a Terra Yanomami, afirmando que o instrumento servirá para retirar garimpeiros ilegais de áreas indígenas.
Num momento bem humorado da cerimônia com os movimentos sociais, Lula brincou com o fato de seguir em um hotel, um mês depois da posse, enquanto aguarda a reforma no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.
“Eu sou um ‘sem casa’, um ‘sem palácio’, vocês precisam ajudar a reivindicar o direito de eu morar.”