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Lula diz que vai chamar Vale (VALE3) para “exigir” pagamento de indenizações

02 jul 2024, 18:23 - atualizado em 02 jul 2024, 18:24
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Vale e autoridades mineiras já assinaram um acordo de reparação referente a Brumadinho. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (2) que o governo federal quer se reunir com a Vale (VALE3) para cobrar a mineradora a pagar indenizações às famílias atingidas por rompimentos de barragens de mineração em Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais.

“A semana que vem nós temos que chamar a Vale e exigir que ela pague os prejuízos que as pessoas tiveram”, disse Lula em discurso durante cerimônia de anúncio de investimentos do governo federal em Pernambuco.

Lula tem feito reiteradas críticas à Vale relativas ao pagamento de indenizações às vítimas das tragédias em Brumadinho e Mariana. Na semana passada, o presidente disse que a mineradora estava “enrolando”.

No entanto, Vale e autoridades mineiras já assinaram um acordo de reparação referente a Brumadinho. Além disso, a própria mineradora disse esperar para breve um consenso com autoridades para reparações às vítimas de barragem da Samarco –joint venture da Vale com a BHP — que se rompeu em Mariana (MG).

A Vale e autoridades de Minas Gerais homologaram em fevereiro de 2021 um acordo de 37,69 bilhões de reais para reparação de danos coletivos causados pelo rompimento de barragem da mineradora em Brumadinho, em 2019, em um entendimento que encerra ações judiciais coletivas relacionadas a danos socioeconômicos e socioambientais.

Já sobre Mariana, o vice-presidente-executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio, disse no mês passado que a companhia previa chegar em breve a um consenso com autoridades que viabilize um acordo multibilionário de reparações e compensações pelo rompimento.

Em junho, Vale, BHP e Samarco apresentaram às autoridades brasileiras uma nova oferta de acordo indenizatório pelo rompimento em Mariana, estimando um desembolso total de 140 bilhões de reais, mas ainda abaixo do demandado pelo poder público. Do montante total, 37 bilhões de reais já foram empenhados, segundo as companhias.

A barragem da Samarco em Mariana se rompeu em novembro de 2015, liberando uma onda gigante de lama que matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição, atingindo florestas, comunidades e rios, inclusive o Doce, em toda a sua extensão até o mar do Espírito Santo.

Já a barragem da Vale em Brumadinho colapsou em janeiro de 2019, deixando 270 pessoas mortas e despejando milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração na bacia do Rio Paraopeba.