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Lula diz que salário-mínimo será reajustado pela inflação, mais o crescimento do PIB

16 fev 2023, 20:50 - atualizado em 16 fev 2023, 20:56
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Tonificante: para Lula, aumento real do salário-mínimo é essencial para país voltar a ter classe média forte (Imagem: Divulgação/ CNN Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, durante seu governo, vai reajustar o salário-mínimo pela inflação, somada à variação do Produto Interno Bruto (PIB). “É a forma mais justa de dividir o crescimento do país”, disse, durante entrevista à CNN Brasil.

Segundo Lula, o objetivo é recompor a renda, para que país volte a ter uma classe média forte. “Quanto mais gente for de classe média, melhor para o Brasil”, disse. O presidente acrescentou que a aspiração dos mais pobres é entrar no mercado de consumo e ter renda para adquirir os bens que permitam uma vida confortável.

Lula rebateu, novamente, as críticas de que comandará um governo “gastador” e irresponsável com as contas públicas. Ele lembrou que, durante os oito anos anteriores na presidência, gerou superávits primários, acumulou reservas internacionais, pagou a dívida externa, enquanto promoveu ganhos reais do salário-mínimo e combateu a pobreza com programas sociais como o Bolsa-Família.

“Não quero enfiar o país numa dívida impagável”, afirmou. “Quando se fala de responsabilidade fiscal, é porque os banqueiros querem garantir que, todos os anos, receberão seus juros, mas o mercado tem que entender que tem gente passando fome, que quer comer e viver.”

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Lula e o salário-minimo: “Mercado tem que entender que tem gente passando fome”

Em outro momento, Lula afirmou que o mercado “tem a sua importância e tem que ganhar dinheiro”, mas que precisa entender que “esse país é feito de povo, e o povo tem de ser respeitado”. Para ele, o Brasil não pode ser governado apenas em prol de “um lado”.

“Não estou governando para o mercado. Sei da existência do mercado, mas estou governando para o povo brasileiro”, acrescentou. Isso não significa, de acordo com o presidente, que haja uma “política de enfrentamento” com o mercado. Lula atribuiu os ruídos na relação com os agentes financeiros a “quem quer fazer especulação”. “As pessoas sérias [do mercado] sabem o que está acontecendo no Brasil”, disse. “O país não foi governador por quatro anos”, acrescentou, numa alfinetada ao período de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.

Lula também criticou o silêncio do mercado, diante do aumento de gastos públicos de seu antecessor, em sua tentativa de se reeleger. “Eles [o governo Bolsonaro] gastaram quase US$ 60 bilhões para tentar ganhar as eleições, e o mercado não ficou irritado com isso”, criticou. “Não vi o mercado reclamar uma vez do desrespeito dele ao teto de gastos.”