Lula diz que produção excedente de alimento será comprada pelo governo e preço mínimo será retomado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que o governo retomará a política de preços mínimos para produtos agrícolas e que o programa para retirar pessoas pobres do endividamento pode ser anunciado na próxima semana.
“A gente vai garantir que, se as pessoas produzirem, não vão perder, porque se produzirem em excesso, o governo vai comprar esse alimento para que a gente distribua onde precisa ser distribuído”, disse Lula em evento de reinstalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
“E também a gente vai voltar com a política de preço mínimo para garantir que as pessoas que plantam não tenham prejuízo se houver uma super safra”, acrescentou.
Lula também aproveitou o evento para dizer que deve anunciar na próxima semana o cumprimento de duas promessas que fez na campanha eleitoral do ano passado, quando se elegeu para um terceiro mandato na Presidência: a equiparação salarial entre homens e mulheres e um programa para tirar os mais pobres do endividamento, que terá o nome de Desenrola.
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“No Dia das Mulheres (quarta-feira da semana que vem), a gente vai apresentar definitivamente a tal da lei que vai garantir que a mulher definitivamente receba o salário igual ao homem se ela exercer a mesma função do homem”, disse.
“Outra coisa importante que está para ser anunciada é o Desenrola. Está pronto e acho que semana que vem a gente pode anunciar”, acrescentou.
O Consea, agora reinstalado por Lula, havia sido extinto no início do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A volta do colegiado vem após o Brasil ter retornado, nos últimos anos, ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), de onde havia saído em 2014, último ano do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, após a ampliação de políticas públicas de distribuição de renda iniciada no primeiro governo de Lula.
Segundo dados do Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, do ano passado, 33,1 milhões de pessoas não tinham garantido o que comer no Brasil. O estudo apontou ainda que 58,7% da população convive com algum grau de insegurança alimentar.