Mercados

Lula diz que “nunca viu um mercado tão sensível quanto o nosso” depois de reação por suas falas

10 nov 2022, 18:53 - atualizado em 16 nov 2022, 19:31
Arthur Lira e Lula
Lula se reuniu com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP) (Imagem: Adriano Machado/Reuters)

Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentou minimizar os resultados do mercado desta quinta-feira (10) em fala ao deixar o o Centro Cultural Banco do Brasil, sede da transição de governo.

“O mercado fica nervoso à toa. Eu nunca vi um mercado tão sensível como o nosso. É engraçado que esse mercado não ficou nervoso com quatro anos do (governo Jair) Bolsonaro”, disse Lula.

Lula procurou minimizar a reação do mercado financeiro, que reagiu mal a declarações suas criticando a necessidade de cumprir regra fiscal em detrimento de gastos sociais e defender que algumas despesas deveriam ser consideradas investimentos.

O dólar fechou em alta de mais de 4% e o Ibovespa caiu 3,61%, com os operadores pessimistas com riscos de descontrole fiscal do futuro governo e também com o anúncio do nome do ex-ministro Guido Mantega para a equipe de transição. O Ibovespa caiu 3,61%.

Mais cedo, em discurso a parlamentares aliados, o presidente eleito afirmou ser preciso mudar alguns conceitos fiscais.

“Muitas coisas que são consideradas como gasto nesse país nós temos que passar a considerar como investimento”, disse. “Não é possível que se tenha cortado dinheiro da Farmácia Popular em nome de que é preciso cumprir a regra fiscal, cumprir a regra de ouro. Sabe qual é a regra de ouro desse país? É garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite e acorde sem ter um pão com manteiga pra comer todo dia. Essa é a nossa regra de ouro”, acrescentou.

A chamada regra de ouro, prevista na Constituição, proíbe o governo de se endividar para cobrir gastos como salários e custeio da máquina.

O mercado financeiro está tenso com a discussão em torno da elaboração de uma Proposta de Emenda à Constituição que garanta recursos fora do teto de gastos para a continuidade do pagamento do Bolsa Família –como voltará a ser chamado o atual Auxílio Brasil– no valor de 600 reais e mais 150 reais por filhos até seis anos de idade.

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