Política

Lula diz que Mais Médicos priorizará brasileiros, mas chamará estrangeiros caso sobrem vagas

20 mar 2023, 14:58 - atualizado em 20 mar 2023, 14:58
Mais Médicos
O governo anunciou nesta segunda-feira a volta do Mais Médicos, programa que visa suprir a carência de profissionais da saúde em cidades remotas e nas periferias do país (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, em anúncio sobre a retomada do Mais Médicos, que deseja que todos os profissionais inscritos no programa sejam brasileiros, mas que buscará estrangeiros caso ainda sobrem vagas para cumprir a meta de contratação do governo federal.

O governo anunciou nesta segunda-feira a volta do Mais Médicos, programa que visa suprir a carência de profissionais da saúde em cidades remotas e nas periferias do país.

“Nós queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam brasileiros”, disse Lula em discurso no lançamento do programa no Palácio do Planalto. “Se não tiver condições, a gente vai querer médicos brasileiros formados no estrangeiro ou médicos estrangeiros que trabalhem aqui. Se não tiver, nós vamos fazer chamamento para que médicos estrangeiros ocupem essa tarefa”, afirmou.

A versão inicial do programa, lançado em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff, previa a contratação de médicos brasileiros em primeiro lugar, brasileiros formados no exterior e depois estrangeiros que quisessem atuar no Brasil.

Sem conseguir preencher todas as vagas, o governo terminou por fazer também um contrato com o governo de Cuba para que médicos do país viessem trabalhar nas cidades mais distantes. O contrato causou reclamações de associações médicas brasileiras e de parlamentares da oposição.

No final de 2018, já no governo de Michel Temer, o governo cubano decidiu rescindir o contrato citando “declarações ameaçadoras” do então presidente eleito Jair Bolsonaro.

De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o governo abrirá 15 mil vagas em 2023, sendo 5 mil no primeiro semestre e 10 mil no segundo semestre, para profissionais trabalharem pelo programa, totalizando 28 mil pessoas em todas as regiões do país até o final do ano.

No novo formato, além de contratar profissionais brasileiros e estrangeiros, o programa incluirá também o auxílio na especialização de profissionais e incentivos de permanência nos municípios. Cerca de 712 milhões de reais serão investidos pelo governo federal no projeto este ano, atingindo mais de 96 milhões de brasileiros.

Durante o governo de Bolsonaro, a intenção era reformular o Mais Médicos, mas com a pandemia da Covid-19 o governo acabou por mantê-lo, mas o atendimento, restrito a médicos brasileiros, ficou menor.

De acordo com dados do governo federal, o Mais Médicos alcançou ao longo dos anos cerca de 63 milhões de brasileiros em mais de 4 mil municípios.