Lula diz esperar início de negociações de acordo entre Mercosul e Japão no próximo semestre

Um dos resultados que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz da viagem ao Japão, que encerra nesta quinta-feira (27), é um avanço nas negociações comerciais entre o Japão e o Mercosul que, segundo o presidente, devem avançar já no próximo semestre.
“Espero lançar negociações de um acordo comercial com o Japão durante a presidência brasileira do Mercosul no próximo semestre”, disse Lula em declaração à imprensa ao final do encontro com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba.
O Brasil assume a presidência do Mercosul a partir de julho — hoje o posto está com a Argentina — e pretende tentar acelerar novos acordos, depois de finalmente o bloco ter conseguido concluir as negociações com a União Europeia em dezembro passado.
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Ao lado de Lula, Ishiba também mencionou o acordo em sua fala.
“O Mercosul é um grande parceiro econômico para o Japão. Ratificamos nessa ocasião nosso forte desejo de levar as relações Japão-Mercosul a patamares ainda maiores”, disse o primeiro-ministro.
“Confirmamos que Japão e Brasil exercerão a liderança de uma criação rápida de uma estrutura de parceria Japão-Mercosul e, dentro dessa estrutura, avançarão as discussões para aprofundar nossas relações comerciais.”
Esse era o passo esperado pelo Brasil para iniciar de fato as negociações. De acordo com o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Sabóia, até agora existiam conversas mas que nunca passaram para uma negociação efetiva.
Durante fórum empresarial, empresários dos dois países entregaram a autoridades brasileiras e japonesas uma carta pedindo que as negociações sejam aceleradas, o que reforçou a possibilidade de um acordo efetivo.
Lula pretende, também, tratar de um acordo comercial com o Vietnã, na segunda parte dessa viagem a Ásia, a partir de quinta-feira. No caso dos vietnamitas, já há uma negociação aberta, mas que não avançou desde 2021.
Em sua fala, Lula ressaltou que o multilateralismo será o centro da reunião do Brics que o Brasil sedia em julho deste ano, e destacou a necessidade de união dos países em torno dos “interesses comuns da humanidade”.
“O mundo atravessa uma situação política difícil, uma situação econômica complicada e muita insensibilidade na relação política entre os Estados. Estamos vendo países que simbolizavam a ação democrática sofrendo risco de desestabilização pela extrema-direita”, disse.