Eleições

Lula deve ser candidato em 2022? Brasil está dividido, diz pesquisa

15 mar 2021, 14:52 - atualizado em 15 mar 2021, 14:52
Lula
Sem meio termo: candidatura de Lula divide todos os estratos sociais (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Brasil está praticamente rachado ao meio, quando se trata de uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar um terceiro mandato em 2022. É o que mostra uma sondagem da Paraná Pesquisas, realizada telefonicamente entre 08 e 10 de março.

Das 2002 pessoas entrevistas pelo instituto, 50,4% afirmam que Lula não deve se candidatar no ano que vem. Já 44,9% declaram que o petista deve concorrer à presidência. Outros 4,7% não souberam ou não responderam.

Quem mais rejeita uma eventual candidatura de Lula são os homens, com 52,9%; pessoas com 60 anos ou mais (53,7%); quem tem ensino superior (59,2%); e quem não integra a população economicamente ativa, isto é, a população que, embora tenha idade para trabalhar, não exerce nenhuma atividade geradora de renda, e nem tem planos de fazê-lo. Nessa camada, a rejeição é de 53,1%.

Apoios

Geograficamente, o Sudeste, que reúne os maiores colégios eleitorais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, é a região mais refratária a uma nova candidatura lulista, com 56,2% de rejeição.

Do outro lado, as mulheres são as que mais apoiam uma nova campanha do ex-presidente (47,4%). Quanto à faixa etária, os jovens de 16 a 24 anos são os mais simpáticos a Lula, com 49,5%. O apoio também é grande entre quem cursou até o ensino fundamental (51,3%).

Outro grupo de apoio é formado por quem integra a população economicamente ativa, isto é, exerce alguma atividade geradora de renda ou está desempregado, mas busca uma recolocação, com 45,8%.

O Nordeste continua como uma grande plataforma lulista, com 58,9% de apoio a uma nova candidatura.

Cabo-eleitoral ou candidato?

Lula retomou os direitos políticos com a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as suas condenações na Operação Lava Jato. Embora a decisão ainda deva ser discutida pelo plenário da corte, a força eleitoral do petista já é analisada por adversários, aliados e cientistas políticos.

De prático, muitos já preveem um embate entre o presidente Jair Bolsonaro, que não esconde seus planos de se reeleger, e Lula. A disputa levaria a polarização política que racha o Brasil ao limite, e não se sabe ainda quem venceria.

Há alguns dias, o cientista político Antônio Lavareda afirmou ao Money Times que Lula é mais perigoso, para Bolsonaro, como articulador político de uma ampla frente de esquerda, do que como aspirante ao Planalto. “Como candidato, Lula ajudaria Bolsonaro a reaglutinar eleitores que estavam se desgarrando”, afirmou Lavareda na ocasião.

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