Lula desembarca na Arábia Saudita, maior exportador de petróleo, antes da COP28; o que esperar?
Na segunda-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para participar da COP 28 (28ª Conferência do Clima das Nações Unidas). O presidente está acompanhado do Ministro da Agricultura (Mapa), Carlos Fávaro.
O evento, que começa na quinta-feira (30) e se estende até 12 de dezembro, reúne diversas autoridades de diferentes em debates para estruturação de acordos para mitigar impactos das mudanças climáticas.
Antes de desembarcar em Dubai, Lula viaja para Arábia Saudita e Catar para discutir o conflito entre Israel e o Hamas. Vale lembrar que os sauditas são os maiores exportadores globais de petróleo, combustível fóssil com grandes impactos nas mudanças climáticas.
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Após a COP, Lula viaja à Alemanha, onde cumpre agendas de reuniões de trabalho com encontros marcados com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, com o chanceler Olaf Scholz e com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.
O tema da viagem será a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
O que será discutido na Arábia Saudita?
Nesta terça-feira (28), o presidente Lula se encontra com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro do país, Mohammed Bin Salman Al-Saud.
Durante a conversa, os líderes vão discutir a ampliação do comércio entre os países, assim como a possibilidade de investimentos sauditas no Brasil.
No fim de julho, após visita do ministro Fávaro ao país, Mohammed bin Mansour Al-Mousa, CEO da Salic (fundo público do país), confirmou o interesse em participar do programa de produção sustentável de alimentos do Brasil, encabeçado pelo Mapa, para dobrar a área de produção de alimentos no país sem desmatamento.
A ideia de Lula é conquistar investimentos também para as obras de infraestrutura do novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Além disso, os sauditas se mostraram interessados em investir na cadeia de proteína animal e em áreas de energia renovável.
Brasil na COP28
O Brasil chega à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, com dois trunfos na manga: a redução de 22% no desmatamento na Amazônia no último ano e a revisão de suas metas climáticas, a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada).
De acordo com o último levantamento do Prodes/Inpe, o país conseguiu evitar que 133 milhões de toneladas de carbono, o equivalente a 7,5% das emissões nacionais, fossem lançadas na atmosfera nos últimos 12 meses.
Com isso, se credencia para assumir uma posição de destaque nas negociações, já visando a liderança que terá na COP30, que hospedará em Belém, em 2025.
“Além de ser uma chance de mostrar avanços no combate ao crime ambiental, a COP28 traz para o Brasil a oportunidade de se posicionar com uma importante liderança internacional em um momento de agravamento da crise climática”, explica Renata Piazzon, cofacilitadora da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e diretora-geral do Instituto Arapyaú.