Eleições 2022

Lula, Bolsonaro, Tebet ou Ciro: Quem ganhou (e perdeu) o debate da Globo?

30 set 2022, 2:59 - atualizado em 30 set 2022, 9:35
Debate da Globo Eleições
Para o especialista, no entanto, a candidata ao MDB, Simone Tebet, teve o melhor desempenho entre os postulantes (Imagem: Ricardo Moraes/Ricardo Moraes)

Após mais de três horas de duração, o último debate presidencial antes do primeiro turno, realizado pela TV Globo, termina com “muitos memes e pouco conteúdo”, avalia o cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando, em entrevista ao Money Times.

Para o especialista, no entanto, a candidata do MDB, Simone Tebet, teve o melhor desempenho entre os postulantes.

“Da mesma maneira que Tebet foi a melhor do debate da Band, nesta ela também foi a melhor. Ponderada, fez a crítica a Lula e a crítica a Bolsonaro, debateu e foi educada. Sai como o destaque, não só do debate, mas como da eleição”, afirma.

Além disso, Prando coloca que o ex-presidente e candidato Lula “conseguiu manter a calma e sobressair-se”.

O ex-presidente foi um dos principais alvos. Além de Jair Bolsonaro, o candidato padre Kelmon, do PTB, Luiz Felipe D’avila, do Novo, e Ciro Gomes, do PDT, também centraram fogo no ex-presidente, principalmente nos escândalos de corrupção.

“De certa maneira, o candidato do Novo, por conta da agenda liberal, acaba servindo de escada para Bolsonaro em alguns momentos do debate. Esses três (D’avila, Kelmon e Bolsonaro) bateram no Lula e na esquerda”, coloca.

Para Prando, é natural que o tema seja abordado pelo adversários, já que a corrupção esteve presente “e ele (Lula) tem que prestar contas disso”.

Ao se defender, Lula apelava para o que seu governo, especialmente no primeiro mandato, significou no campo social e econômico.

“Quem conseguiu mexer psicologicamente com Lula não foi nem o Bolsonaro, mas foi o Padre Kelmon. Nesse sentido, embora muita gente diga que ele pode ter se prejudicado, a percepção do eleitorado é que ele também bateu no momento certo de alguém que estava ali como impostor, tentando atacá-lo”, explica.

O candidato do PTB questionou o petista sobre os casos de corrupção durante seu governo, que em resposta, questionou os interesses do candidato no debate.

O mediador do debate, o jornalista Wiliam Bonner, teve que interromper algumas vezes para reestabelecer a ordem nesse momento.

“Foi um debate extremante tenso, como ficou claro nos pedidos de respostas até tirar o mediador do sério, o Bonner. Agora, não tinha como não ser diferente. As pesquisas indicam uma possibilidade matemática do Lula“, explica.

“O presidente Bolsonaro precisa ir para o tudo ou nada para levar a disputa para o segundo turno”, completa.

Pesquisa de intenção de voto Datafolha divulgada pela TV Globo nesta quinta-feira (29) mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no limite dos votos válidos para conseguir uma vitória no primeiro turno das eleições para presidente da República no dia 2 de outubro.

O que muda depois do debate?

Para Prando, o debate não mexe no cenário eleitoral.

“Todos os eventos até então não mudaram as pesquisas há mais de um ano, pelo menos, a liderança de Lula seguida de Bolsonaro. Mas foi uma audiência muito grande”, discorre.

A Globo chegou a marcar 30 pontos de audiência no primeiro bloco.

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