Lula adverte que eleição não será fácil, mas se diz otimista
Em uma conversa com sindicalistas, nesta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que, apesar de sua liderança nas pesquisas, a eleição deste ano não será fácil e a campanha terá que ser diferente de outros anos.
“Vocês precisam estar preparados. Nós vamos ter que fazer coisas que ainda não fizemos. Eu queria que vocês estivessem preparados porque não vai ser fácil. Não é uma guerra que está ganha, é uma guerra que a gente pode ganhar”, disse Lula no encontro organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Lula se encontra com diretoria da CUT para receber propostas dos trabalhadores https://t.co/PJkj1wGxTj
— Lula (@LulaOficial) April 4, 2022
Lula cobrou os sindicalistas que aprendam a trabalhar melhor com as redes sociais, que saibam explicar melhor para a população suas ações, que saiam da porta das fábricas e vão para os bairros onde está a população.
“Tem tanta gente desempregada que não adianta ir só em porta de fábrica. A maioria dos trabalhadores que a gente representou está desempregada”, disse.
Apesar de se dizer “muito otimista”, como esteve em 2002, quando venceu sua primeira eleição, Lula alertou que o atual governo está “distribuindo dinheiro” e reconheceu que isso não é fácil de lidar durante a campanha.
“Eu estou muito otimista, muito otimista. Aliás, de todas as campanhas que eu faço eu acho que eu estava muito otimista em 2002, eu nunca tive preocupação, sempre achei que ia ganhar, e nesta daqui”, afirmou.
“Agora, vamos ver o que Bolsonaro está fazendo. Bolsonaro está distribuindo dinheiro, está inventando gasto, não é uma coisa fácil a gente desmontar isso”, ponderou. “Agora a situação está ruim, o povo está sem comida, está sem emprego, o salário está menor… mas ele estás distribuindo dinheiro.”
Lula não se apresentou oficialmente como pré-candidato, mas falta apenas a formalização.
De resto, o ex-presidente tem feito encontro com vários partidos e vários setores falando como pré-candidato, colhendo contribuições e negociando alianças.
Aos sindicalistas, cobrou propostas objetivas para revisar a reforma trabalhista feita no governo de Michel Temer, mas que não seja uma “volta ao passado”. “Tem coisas que já estão superadas”, afirmou.
Congresso
Lula voltou a classificar o atual Congresso Nacional como o “pior da história” e pediu, também, atenção à eleição de deputados e senadores.
“Se a gente não mudar o Congresso é muito difícil que vamos fazer a contrarreforma que queremos fazer. E não adianta chorar, se não tiver números a gente não faz”, advertiu.
Ao criticar o chamado orçamento secreto recursos que são designados pelos ministérios de acordo com interesses dos deputados sem a devida transparência, Lula disse que estão “gastando fortunas e fortunas para essa eleição”.
“E o que a gente está fazendo o que? Nada”, reclamou.
“Estou dizendo isso porque temos uma tarefa quase heróica. Como a gente vai trabalhar para não deixar eleger pilantra, para direita não ter maioria? Como a gente vai construir a tarefa para eleger nosso pessoal? Vamos ter que fazer algo diferente do que fizemos até agora para a gente colher resultados diferentes”, disse.
Depois da janela partidária, encerrada no último sábado, o PL, partido ao qual Bolsonaro se filiou, saiu de 33 para 73 deputados, segundo dados atuais da Câmara, herdando parlamentares bolsonaristas que estavam, em sua maioria, no PSL -legenda anterior do presidente mas também divididos por outras siglas.
Os outros partidos da base, PP e Republicanos, também incharam e estão, respectivamente, com 50 e 45 parlamentares somados, os três partidos têm 168 deputados.
O PT continua como o segundo maior partido, com 56 deputados. Somados aos quatro partidos que Lula já conseguiu trazer para a aliança eleitoral PSB, PSOL, PCdoB e PV- totalizam 100 deputados.
Mas Lula uma das principais preocupações de Lula tem sido em conseguir bem mais que isso nas próximas eleições.