Política

Lula acha “difícil” que exploração de petróleo na Foz do Amazonas traga problemas

22 maio 2023, 11:12 - atualizado em 22 maio 2023, 11:12
Lula, Petrobras, Foz do Amazonas
A Petrobras afirmou que recorrerá nesta semana da decisão do Ibama (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera “difícil” que a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas venha a trazer problemas ambientais para a Amazônia, enquanto a Petrobras (PETR4) pretende recorrer de uma decisão negativa do Ibama sobre seus plano de explorar a região.

“Se explorar esse petróleo der problema para a Amazônia, certamente não será explorado, mas eu acho difícil porque são 530 km de distância da Amazônia. Mas eu só posso saber quando eu chegar lá”, disse Lula a jornalistas na cidade japonesa de Hiroshima, onde participou da reunião de cúpula do G7.

A declaração foi dada após o Ibama negar na semana passada autorização para a Petrobras explorar a região que integra a Margem Equatorial brasileira, considerada a mais nova fronteira exploratória do Brasil, com grande potencial para descobertas importantes de petróleo, mas também com enormes desafios ambientais.

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A Petrobras afirmou que recorrerá nesta semana da decisão do Ibama.

A companhia está mobilizada na região desde o ano passado com sonda, navios e todos os equipamentos necessários para a realização de um simulado de emergência, a um custo diário de 3,4 milhões de reais.

A Petrobras afirma que “atendeu rigorosamente todos os requisitos do processo de licenciamento”.

Em entrevista coletiva para fazer um balanço sobre sua participação no G7, Lula defendeu o protagonismo do Brasil nas discussões sobre as mudanças climáticas e afirmou que o país tem “autoridade política e moral” para liderar este debate, já que tem uma matriz energética mais limpa do que a média mundial.

Ao mesmo tempo, Lula reiterou que não tem a intenção de transformar a Amazônia em um “santuário” e disse que é preciso explorar a biodiversidade e a riqueza da floresta em proveito da população que vive na região.

“Na Amazônia moram 28 milhões de pessoas. E essas pessoas têm o direito de trabalhar, comer. Por isso, precisamos ter o direito de explorar a diversidade da Amazônia, para gerar empregos limpos, para que a Amazônia e a humanidade possam sobreviver”, disse.

A exploração do petróleo na região da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, tem sido defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pelo líder do governo Lula no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), que se desfiliou da Rede Sustentabilidade, partido fundado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após o Ibama, que é vinculado à pasta comandada por Marina, negar o pedido feito pela Petrobras.