Market Makers

Lula 3: ‘Só tem coisa velha e ruim’, diz Schwartsman sobre política econômica do PT

13 jan 2023, 12:42 - atualizado em 13 jan 2023, 12:42

O terceiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva está menos pragmático e mais próximo das ideias da gestão de Dilma Rousseff, afirma o economista e ex-BC Alexandre Schwartsman no 25º episódio do Market Makers, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago.

“Nós vemos pela indicação do Aluízio Mercadante para o BNDES, que é o sinal de que sim, estão querendo colocar os bancos públicos para fazer uma função similar daquela que aconteceu no segundo governo Lula“, afirma.

Além disso, ele lembra que as indicações para o Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa ficaram sobre responsabilidade da Gleisi Hoffmann, “o que, em si, já é revelador”.

“Olhamos para o conjunto da obra, é uma tentativa de voltar ao passado em termos de política econômica. No primeiro governo Lula, tinha coisas boas e coisas novas, só que as coisas boas não eram novas e as novas não eram boas. Agora só temos coisa velha e ruim, aquilo que foi feito, deu errado”, discorre.

Também pessimista está o gestor Paolo Di Sora, CIO da RPS Capital, que também participou do episódio.

“Olhando a composição do Lula, eu achei que ele ficou pouco abaixo. Estou vendo o Lula um pouco abaixo do que imaginava do pragmatismo, na composição política. E na política econômica também, claramente não poderemos dizer que teve estelionato eleitoral. É nova matriz econômica na veia”, diz.

Veja o episódio na íntegra:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Novo arcabouço fiscal

Sem o teto dos gastos, furado desde o governo de Jair Bolsonaro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar um novo arcabouço fiscal até março.

Em uma sinalização para os mercados, o ministro apresentou uma série de medidas nesta quinta-feira (12). Entre elas, a proposta de zerar o déficit até 2024.

Porém, Schwartsman diz que a ideia de arcabouço fiscal no Brasil morreu.

“Todas as regras que colocamos para controlar gasto público foram, em algum momento, despeitadas. Sabemos que qualquer governo de plantão que tiver que escolher entre a regra fiscal e seu interesse de curto prazo, vai prevalecer o interesse de curto prazo”, destaca.

Ainda para ele, a devastação institucional não será resolvida por ideia tiradas da cartola, mas sim pelas reformas.

Veja o episódio na íntegra: