Lula 14 x Bolsonaro 13: Veja os Estados em que cada um venceu o primeiro turno das eleições
Com quase 100% das urnas apuradas, o quadro que emerge do primeiro turno das eleições presidenciais, realizado neste domingo (02), mostra uma disputa bem mais apertada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL), do que se supunha com base nas pesquisas de intenção de voto.
Lula venceu em 14 Estados; Bolsonaro faturou 13. Quando se observa o desempenho dos dois nos maiores colégios eleitorais do país, a maior surpresa fica com São Paulo, onde Bolsonaro conquistou uma confortável vitória com sete pontos percentuais de diferença, contrariando os institutos de pesquisa.
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No Rio de Janeiro, o ex-capitão do Exército goleou o ex-sindicalista por um placar de 51,09% a 40,68% dos votos válidos.
Em Minas Gerais, considerado um espelho da eleição nacional, Lula venceu, mas com uma diferença menor que a imaginada. Como os analistas costumam dizer, desde a redemocratização, em 1986, todo candidato que vence em Minas acaba, também, conquistando a eleição no país.
Eleições 2022: Veja os Estados em que Lula e Bolsonaro venceram no primeiro turno
Estado | Urnas apuradas (%) | 1º lugar (% votos válidos) | 2º lugar (% votos válidos) | 3º lugar (% votos válidos) | 4º lugar (% votos válidos) |
---|---|---|---|---|---|
Brasil | 99,80 | Lula (48,38%) | Bolsonaro (43,24%) | Simone Tebet (4,16%) | Ciro Gomes (3,05%) |
Exterior | 97,37 | Lula (47,43%) | Bolsonaro (41,37%) | Ciro Gomes (4,55%) | Simone Tebet (4,46%) |
Acre | 100,00 | Bolsonaro (62,50%) | Lula (29,26%) | Simone Tebet (4,56%) | Ciro Gomes (2,79%) |
Alagoas | 100,00 | Lula (56,50%) | Bolsonaro (36,05%) | Simone Tebet (3,91%) | Ciro Gomes (2,53%) |
Amapá | 100,00 | Lula (45,67%) | Bolsonaro (43,41%) | Simone Tebet (6,36%) | Ciro Gomes (3,39%) |
Amazonas | 99,42 | Lula (49,40%) | Bolsonaro (42,95%) | Simone Tebet (4,25%) | Ciro Gomes (2,18%) |
Bahia | 99,20 | Lula (69,65%) | Bolsonaro (24,36%) | Ciro Gomes (2,59%) | Simone Tebet (2,35%) |
Ceará | 99,93 | Lula (65,90%) | Bolsonaro (25,38%) | Ciro Gomes (6,80%) | Simone Tebet (1,22%) |
Distrito Federal | 100,00 | Bolsonaro (51,65%) | Lula (36,85%) | Simone Tebet (5,98%) | Ciro Gomes (4,22%) |
Espírito Santo | 100,00 | Bolsonaro (52,23%) | Lula (40,40%) | Simone Tebet (3,84%) | Ciro Gomes (2,53%) |
Goiás | 100,00 | Bolsonaro (52,16%) | Lula (39,51%) | Simone Tebet (4,64%) | Ciro Gomes (2,46%) |
Maranhão | 98,51 | Lula (68,67%) | Bolsonaro (26,16%) | Ciro Gomes (2,55%) | Simone Tebet (2,08%) |
Mato Grosso | 99,99 | Bolsonaro (59,85%) | Lula (34,39%) | Simone Tebet (3,04%) | Ciro Gomes (1,60%) |
Mato Grosso do Sul | 100,00 | Bolsonaro (52,70%) | Lula (39,04%) | Simone Tebet (5,29%) | Ciro Gomes (1,95%) |
Minas Gerais | 1,00 | Lula (48,28%) | Bolsonaro (43,60%) | Simone Tebet (4,17%) | Ciro Gomes (2,58%) |
Pará | 99,98 | Lula (52,18%) | Bolsonaro (40,30%) | Simone Tebet (4,36%) | Ciro Gomes (2,48%) |
Paraíba | 100,00 | Lula (64,21%) | Bolsonaro (29,62%) | Ciro Gomes (3,15%) | Simone Tebet (2,36%) |
Paraná | 100,00 | Bolsonaro (55,26%) | Lula (35,99%) | Simone Tebet (4,72%) | Ciro Gomes (2,75%) |
Pernambuco | 99,98 | Lula (65,26%) | Bolsonaro (29,92%) | Ciro Gomes (2,39%) | Simone Tebet (1,77%) |
Piauí | 99,62 | Lula (74,20%) | Bolsonaro (19,95%) | Ciro Gomes (2,91%) | Simone Tebet (2,07%) |
Rio de Janeiro | 99,99 | Bolsonaro (51,09%) | Lula (40,68%) | Simone Tebet (3,87%) | Ciro Gomes (3,19%) |
Rio Grande do Norte | 99,97 | Lula (62,98%) | Bolsonaro (31,02%) | Ciro Gomes (3,57%) | Simone Tebet (1,92%) |
Rio Grande do Sul | 100,00 | Bolsonaro (48,89%) | Lula (42,28%) | Simone Tebet (4,79%) | Ciro Gomes (2,88%) |
Rondônia | 99,95 | Bolsonaro (64,37%) | Lula (28,97%) | Simone Tebet (3,46%) | Ciro Gomes (2,14%) |
Roraíma | 100,00 | Bolsonaro (69,57%) | Lula (23,05%) | Simone Tebet (4,34%) | Ciro Gomes (2,25%) |
Santa Catarina | 100,00 | Bolsonaro (62,21%) | Lula (29,54%) | Simone Tebet (4,42%) | Ciro Gomes (2,05%) |
São Paulo | 100,00 | Bolsonaro (47,71%) | Lula (40,89%) | Simone Tebet (6,34%) | Ciro Gomes (3,50%) |
Sergipe | 100,00 | Lula (63,82%) | Bolsonaro (29,16%) | Simone Tebet (3,24%) | Ciro Gomes (3,10%) |
Tocantins | 100,00 | Lula (50,40%) | Bolsonaro (44%) | Simone Tebet (2,93%) | Ciro Gomes (2,11%) |
Assim que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmou que haverá segundo turno na eleição presidencial, Lula e Bolsonaro deram declarações públicas exibindo parte da estratégia para conquistar o Palácio do Planalto, no próximo dia 30 de outubro.
Lula sobre segundo turno: “É apenas uma prorrogação”
Para Lula, o desafio é manter o ânimo dos apoiadores, já que parte de seus aliados não escondia a expectativa de uma vitória já no primeiro turno. Em rápido pronunciamento à imprensa, o petista procurou mostrar que vê com tranquilidade a realização de mais um turno.
“Isso, pra gente, é só uma prorrogação”, afirmou. “Durante toda a campanha, estávamos na frente das pesquisas. Sempre achei que a gente ia ganhar as eleições, e vamos ganhar”, acrescentou.
Segundo o petista, o segundo turno será a oportunidade de debater os problemas dos brasileiros e de travar um embate franco com Bolsonaro. “Será importante para ter um debate tête-à-tête com o presidente, para saber se ele continuará contando mentiras ou vai falar a verdade”, disparou.
Como munição, Lula diz que deseja comparar o que fez em seus oito anos de governo com o que o ex-capitão realizou nos últimos quatro anos. “Eu nunca ganhei uma eleição no primeiro turno. Sempre venci no segundo turno”, recordou.
Bolsonaro sobre o segundo turno: “mostrar que algumas mudanças são para pior”
Na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro também respondeu a perguntas da imprensa, acompanhado de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro. Segundo o presidente, o segundo turno vai equiparar as condições com o rival, como o tempo de televisão.
O ex-capitão afirmou que sua estratégia para vencer será mostrar que “a mudança que alguns querem pode ser para pior”. Ele pretende confrontar o petista com a situação econômica de governos de esquerda na América Latina, como o de Alberto Fernández, na Argentina, e de Nicolás Maduro, da Venezuela.
“Entendo que é por aí que será o nosso trabalho no segundo turno”, acrescentou. Em paralelo, Bolsonaro afirmou que deseja usar as próximas semanas para esclarecer as ações que adotou para mitigar a crise econômica causada pela pandemia de coronavírus e repetiu um bordão já conhecido – o de que foi contra o que chama de “política do fique em casa”.
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