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Luiza Trajano, do Magazine Luiza, diz que reforma trabalhista ‘ajuda a criar muitos empregos’ e critica proposta do PT

10 jun 2022, 12:45 - atualizado em 10 jun 2022, 12:45
luiza trajano
Luiza Trajano na bolsa de valores de Nova York (Imagem: Reprodução Twitter/NYSE)

A controladora da maior rede varejista do Brasil, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, falou, em entrevista à Veja, sobre os convites que recebeu para se candidatar às eleições e sobre sua opção pelo ativismo nas causas sociais.

Com a sua biografia Luiza Helena: Mulher do Brasil, escrita por Pedro Bial (Editora Gente), saindo do forno, Luiza criticou, nesta sexta-feira (10), a proposta do PT de revogar a reforma trabalhista, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições deste ano.

Inflação e desemprego: “o momento demanda mais investimento público”

Trajano defendeu uma maior participação do governo para combater a inflação e o desemprego.

“As pessoas estão passando fome e a situação está difícil. Houve algumas ações que ajudaram muito, mas nós ainda estamos sofrendo porque, além da inflação, há a taxa de juros altas”, afirmou à Veja.

“Não existe nenhum país que consiga sair de uma catástrofe como foi a pandemia sem o Estado ajudar e injetar dinheiro”, completou.

Defensora de um modelo chamado de capitalismo consciente, a presidente do conselho de administração do Magazine Luiza (MGLU3) não acha que o governo deve bancar tudo e defenda as reformas, “o momento demanda mais investimento público. E, em médio prazo, é preciso fazer as reformas”.

A reforma trabalhista e o PT

A recém premiada com Personalidade do ano 2022, em Nova York, pela Câmara do Comércio Brasil-Estados Unidos, chegou a ser cotada como vice na chapa do petista e revelou a Veja que recebeu diversas propostas para participar das eleições de 2022 (e cogitou considerar uma delas), mas com a pressão não deu conta.

Na segunda-feira (6), a coordenação da campanha de Lula encaminhou aos partidos aliados as diretrizes para a elaboração do plano de governo da chapa Lula-Alckmin.

O documento reforça o papel do Estado na economia, enaltece o Bolsa Família e propõe a revogação do teto de gastos e da reforma trabalhista implementada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), além da revisão do regime fiscal.

Trajano, que defende uma “reforma da burocracia” no Brasil, criticou uma possível revogação da reforma trabalhista, texto que foi aprovado em 2016 no governo Temer.

“Essa reforma não dá para tirar. Ela ajuda a criar muitos empregos. Temos de enfrentar as taxas de desemprego com outras soluções”.

Saindo de cena e os próximos passos de Trajano

Considerada uma das líderes empresariais de maior prestígio no país, declarou que, mesmo com as especulações, “acho que o Lula sempre teve a intenção de ter alguém como o Alckmin para vice. Concordo com a estratégia. Ele não me chamou em momento algum, mas eu levei a fama por isso.”

Se afastando do cenário político-partidário, Trajano mira no ativismo nas causas sociais dizendo que prefere ser vista como “uma política suprapartidária”, com a missão de influenciar os debates.

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