Luiz Cesta: O tempo dos fundos
Caro leitor,
Antes de entrar no tema desta newsletter, preciso dizer que estou muito emocionado com a repercussão em torno da minha nova série especial Do Fundo ao Topo.
O projeto está realmente incrível e fique esperto porque na segunda-feira vou liberar o quarto e último episódio. Como os três primeiros vídeos vão sair do ar antes da quarta parte, sugiro que você entre o quanto antes na página (acesso por aqui) para não perder nenhum detalhe.
No momento em que escrevo este texto, já superamos incríveis 1.400 comentários e já fui inúmeras vezes bloqueado pelo Facebook por tentar responder a todos. Tive que provar que não sou um robô mais de cem vezes. E, se preciso, continuarei provando para que ninguém fique sem resposta. Não irei desistir.
É exatamente esse frisson que me motiva a querer transmitir mais e mais conhecimento aos leitores da Inversa, para que eles aprendam a ganhar dinheiro de verdade.
A quem ainda não viu os vídeos, recomendo fortemente, pois dou alguns insights sobre diversificação da carteira no terceiro episódio, que foi liberado hoje, além de comentar sobre um fundo imobiliário de shoppings que gosto muito no episódio 2.
Para quem não viu ainda o primeiro episódio, tem uma sugestão de fundo de ouro que é primordial para qualquer carteira bem montada.
Bom, feito o agradecimento, vamos ao tema principal da newsletter. O papo da edição de hoje é sobre uma experiência que vivi com fundos e que quero compartilhar para que ninguém passe por isso.
Lá no início desse século – para soar dramático – comecei minha vida no mercado financeiro e percebi que os fundos de investimento eram instrumentos simples e práticos para formar um pé de meia.
Logo, estava eu analisando os diversos – na verdade, bem poucos, mas eu achava que eram muitos – fundos listados no banco em que tinha conta e, após comparar alguns, optei por um com perfil de risco moderado.
Era um fundo de renda fixa que investia em crédito privado de empresas. Embora estivesse iniciando meus investimentos, já sabia a íntima relação entre risco e retorno. Queria investir para o médio/longo prazo, mas ainda não tinha certeza se estava preparado para a possibilidade de ver meu dinheiro diminuindo profundamente na cota do fundo. Esse perfil moderado era o que julguei mais adequado.
O fundo escolhido até me surpreendeu em termos de rentabilidade para aquela época. Porém, uma informação havia passado por mim em branco, o que me deu uma dura lição sobre a liquidez dos fundos.
A palavra liquidez no mercado financeiro é comumente utilizada para indicar quão imediato seus recursos estarão disponíveis em caso de saque de um determinado ativo financeiro.
Explico. Você já deve ter percebido que há uma sopa de letrinhas e números quando busca informações sobre o fundo. Lá está escrito que a “cotização” da aplicação/resgate é em D+1, D+10, D+30 ou vários outros exemplos de “D+xis”.
Da mesma maneira, há lá nas informações do fundo a observação de que a “liquidação” do resgate é em D+ “alguns dias”.
Voltando ao início do século, precisei resgatar o dinheiro para uma urgência e – surpresa! – tive que aguardar 30 longos dias para o dinheiro cair na conta. Enfim, aprendi a lição. O fundo que havia aplicado me devolveria o dinheiro resgatado após 30 dias do momento da solicitação. O famoso D+30.
Entendo que, hoje, o ideal para sua carteira de fundos é fazer realmente uma previsão de quanto do dinheiro investido estará na conta por períodos. Como se fosse uma escala realmente.
Exemplificando, você pode chegar à conclusão de que tem 70% dos recursos disponíveis na conta em até três dias úteis, outros 20% em 15 dias e o restante, 10%, em demorados 30 dias.
Se você chegar à conclusão de que 90% do capital investido está disponível somente após 30 dias, posso dizer que essa carteira não é exatamente muito líquida.
Novamente, não há nada de errado em investir em fundos com alta carência de resgate. O importante, no entanto, é ter ciência desse fato para saber lidar com ele.
Espero que faça essa simples conta para sua carteira de fundos e analise a situação de liquidez dela.
Por hoje é isso. Só que antes de me despedir, preciso dar mais um recado – prometo que é o último. Recebi dezenas de mensagens de assinantes com questões e comentários sobre o assunto da última edição: as startups.
Diante de tamanha repercussão, eu e meus colegas da Inversa vamos pensar direitinho em algo que possa ajudar todos a navegar nesse fascinante e, porque não dizer, novo mundo.
A principal colocação dos e-mails que recebi estava centrada em “como” encontrar e investir nos tais unicórnios. Posso dizer que essa é a pergunta de US$ 1 milhão. Ou melhor, já que estamos falando de unicórnios, de US$ 1 Bilhão.
Mas vou deixar a continuação desse debate para uma outra ocasião. Ou quem sabe, em uma edição especial. Aguardem!
Um abraço e bom final de semana!
Até mais!
Luiz Cesta (twitter: @luizcesta)
P.S.: Se você já investe e topa reservar 1% dos seus investimentos para ativos com um gigantesco potencial de retorno, tenho um recado especial para você. É uma daquelas oportunidades raras, que pode só aparecer uma vez na vida. Veja aqui.