Luiz Cesta: Não pegue o avião errado
Por Luiz Cesta, da Inversa Publicações
Caro leitor Cesta & Fundos!
Estava me lembrando ontem de uma situação bem engraçada que aconteceu quando eu tinha perto dos meus 18 anos. Para efeito de comparação, hoje tenho um pouquinho mais de 40.
Tenho irmãos que moram nos Estados Unidos há bastante tempo e lá fui eu em minha primeira viagem de avião visitá-los. Baita ansiedade que compartilhava com minhas duas primas que viajavam comigo.
Compramos os bilhetes da United Airlines, com saída do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (GRU), e destino em Dulles (IAD), na Virgínia, principal aeroporto que serve os voos internacionais que pousam em Washington DC.
Eu me sentei na poltrona da classe econômica, que ainda era relativamente bem confortável, apertei os cintos, o avião partiu, frio na barriga, e começo a escutar a voz do comandante falando sobre aquelas questões de tempo de voo, meteorologia, etc.
Num determinado momento, ouço o comandante dizendo que o tempo de voo até “Atlanta” era de “xis” horas. Pânico total tomou conta de mim e minhas primas. “Como assim Atlanta? Era para ser Washington DC! Pegamos o avião errado??”
Naquele momento, nem me passou pela minha cabeça que a chance de entrar num avião errado é quase zero. O medo naquele momento de estar no avião errado só não era maior do que a vergonha de ter que perguntar para a aeromoça para onde estava indo aquele avião.
Tomei coragem e perguntei bem baixinho para a aeromoça com o intuito de ninguém ouvir: “Is this plane going to Atlanta or Washington DC?” (Este avião está indo para Atlanta ou Washington DC?).
Eu estava tão nervoso que devo ter perguntado com uma voz baixa demais. E tive como resposta em alto e bom som: “Pardon me?” (Perdoe-me?). Uma indagação comum de quem pede para que a pergunta seja refeita.
Ela não tinha entendido o que eu havia perguntado. Fiquei até sem saber se eu falei baixo demais ou se a pergunta era tão absurda que ela não achava que estava escutando aquilo que escutava.
Enfim, a história tem mais alguns desencontros de informação até que entendemos que Atlanta seria uma escala e que prosseguiríamos em seguida para o destino final.
Baita alívio. Eu tinha comprado um bilhete com escala e não tinha nem percebido. Naquele momento da minha vida, aquilo seria um enorme acontecimento.
Uma viagem internacional e, ainda, a primeira vez em que eu pegava um avião. Falhei em fazer o básico que era saber exatamente aquilo que estava comprando no balcão da companhia aérea.
Para qualquer fundo de investimento novo em que se decide investir, acontece a mesma coisa. Cada fundo é um fundo. Profunda essa frase, não?
Sendo assim, sugiro que cada novo investimento seja realizado com o máximo de consciência possível do que aquilo significa.
No caso dos fundos de investimento, lâminas e regulamentos oferecem informações valiosas sobre em qual tipo de fundo você está entrando – numa analogia à minha história, se é um jato ou um teco-teco. Mais do que isso, pense também em qual caminho esse fundo pode pegar até chegar ao objetivo.