Lucro recorrente do Itaú cai 40% no 2º trimestre com salto nas provisões
O Itaú Unibanco (ITUB4) voltou a elevar provisões para perdas com crédito no segundo trimestre para responder à crise da Covid-19, mas afirmou ter visto alguns sinais de recuperação.
O maior banco privado do país informou nesta segunda-feira que seu lucro líquido recorrente, que exclui itens pontuais, atingiu 4,2 bilhões de reais, queda de 40% contra um ano antes.
O banco reservou 7,77 bilhões de reais no período para cobrir possíveis perdas com empréstimos, alta de 92% ano a ano, mas diminuindo 23% em relação ao trimestre anterior.
O índice de inadimplência de 90 dias diminuiu 0,4 ponto percentual no trimestre, para 2,7%, tendência já observada nos maiores rivais privados do Itaú.
Como os bancos estão concedendo aos clientes carência para pagar empréstimos ou renegociá-los em meio à crise, os índices de inadimplência têm mostrado melhora momentânea.
O Itaú afirmou já ter concedido aos clientes carência de até seis meses o equivalente a 52 bilhões de reais em empréstimos para que possam renegociar suas dívidas.
A receita com tarifas também sentiu o impacto das medidas de isolamento social, caindo 7,4% no trimestre, principalmente em cartões de crédito e débito, além da administração de fundos.
No lado do crédito, os empréstimos corporativos lideraram um crescimento de 2,9% da carteira de empréstimos total, mais do que compensando a queda nos empréstimos para pessoas físicas.
Assim como os demais bancos, o Itaú está se apoiando em medidas de redução de custos para aliviar a pressão das perdas com calotes. As despesas operacionais ficaram estáveis no trimestre, embora o número de funcionários do banco tenha aumentado em 2,3% no trimestre.
O retorno sobre o patrimônio do banco ficou em 13,5%, queda de 10 pontos percentuais em relação ao ano anterior, mas subiu na comparação sequencial.
O presidente-executivo Candido Bracher discutirá as perspectivas do banco na terça-feira em teleconferências com analistas e jornalistas.
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