Lucro do JPMorgan (JPM) cresce acima das estimativas, mas tarifas e risco de recessão preocupam

O JPMorgan Chase (JPM) reportou lucro acima do esperado no primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 14,6 bilhões, ou US$ 5,07 por ação. Esse desempenho representa um crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de US$ 13,4 bilhões, ou US$ 4,44 por ação.
Excluindo custos não recorrentes, o maior banco dos Estados Unidos registrou lucro ajustado de US$ 4,91 por ação, superando a projeção de US$ 4,61, de acordo com dados compilados pela LSEG.
O resultado foi impulsionado pelo recorde de negociações de ações, aumento nas comissões de emissão de dívida e assessoria em fusões e aquisições, segundo informações da Reuters.
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A receita líquida de juros (NII, na sigla em inglês) – a diferença entre o que o banco ganha em empréstimos e paga em depósitos – subiu 1%, para US$ 23,4 bilhões. A instituição revisou sua projeção anual de NII para US$ 94,5 bilhões, acima dos US$ 94 bilhões previstos anteriormente.
A receita de corretagem avançou 21%, somando US$ 9,7 bilhões, enquanto as negociações com ações cresceram 48%, atingindo um recorde de US$ 3,8 bilhões.
As comissões da área de banco de investimento aumentaram 12%, refletindo o otimismo inicial com possíveis políticas pró-crescimento do governo Trump.
Guerra comercial e risco de recessão preocupam
Apesar dos bons números, o JPMorgan elevou suas provisões para inadimplência de US$ 1,9 bilhão para US$ 3,3 bilhões, sinalizando preocupação com os impactos das tarifas comerciais. O banco avalia que, caso a inflação aumente e o crescimento desacelere, famílias e empresas poderão ter dificuldades para cumprir obrigações financeiras.
“Os clientes se tornaram mais cautelosos em meio a um aumento na volatilidade do mercado impulsionado por tensões geopolíticas e relacionadas ao comércio. A economia está enfrentando uma turbulência considerável”, afirmou o presidente-executivo do banco, Jamie Dimon.
As ações do JPMorgan Chase (JPM) subiam cerca de 3% no pré-mercado desta sexta-feira (11), após acumularem queda de 8% desde o anúncio das tarifas por Donald Trump, que derrubaram os papéis à mínima em sete meses no início da semana.
*Com informações da Reuters