Lucro do HSBC cai 65% e inadimplência pode comprometer US$ 13 bilhões
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O HSBC alertou que o impacto de perdas com crédito pode ultrapassar sua estimativa anterior, indo a 13 bilhões de dólares este ano, e disse que seu resultado foi reduzido em mais da metade diante dos impactos da medidas de isolamento social sobre seus negócios.
O banco alertou que suas reservas de capital poderiam se deteriorar e que as receitas ficarão sob pressão. Além disso, a instituição enfrenta um risco geopolítico maior.
O HSBC aumentou a estimativa de perdas com crédito para entre 8 bilhões e 13 bilhões de dólares ante a faixa de 7 bilhões a 11 bilhões de dólares prevista anteriormente.
A elevação reflete inadimplência pior que a esperada para o segundo trimestre e expectativas de um declínio mais acentuado na economia.
“O que vimos neste trimestre foi uma mudança bastante acentuada nas perspectivas econômicas da economia global, o famoso ‘V’ ficou muito mais acentuado e, como resultado, aumentamos substancialmente nossas provisões”, disse o vice-presidente financeiro, Ewen Stevenson, à Reuters.
O banco registrou um lucro antes dos impostos de 4,32 bilhões de dólares nos primeiros seis meses deste ano, abaixo da previsão média de analistas de 5,67 bilhões.
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As provisões para perdas com crédito no primeiro semestre subiram para 6,9 bilhões de dólares, em comparação com 1 bilhão no mesmo período do ano anterior.
As receitas caíram 9% no período, com cortes na taxa de juros global e o declínio dos valores de ativos do banco de investimento superando as maiores receitas de negociação.
O HSBC continua revisando política de dividendos a longo prazo, disse o presidente-executivo, Noel Quinn, em comunicado.
O banco interrompeu os pagamentos no início deste ano em resposta a uma solicitação regulatória no Reino Unido, enfurecendo muitos de seus investidores de varejo que dependem dos dividendos, principalmente em Hong Kong.