Lucro da Klabin fica 12,6 vezes maior e vai a R$ 391 milhões no 3º trimestre
A Klabin registrou lucro líquido de R$ 391 milhões no terceiro trimestre de 2017, um valor 12,6 vezes maior do que no mesmo período do ano passado e revertendo o prejuízo de R$ 378 milhões do segundo trimestre de 2017. De julho a setembro, o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 750 milhões, uma alta de 28% ante igual intervalo de 2016. No período, a margem Ebitda ajustada foi de 30% para 34%.
A receita líquida totalizou R$ 2,225 bilhões no terceiro trimestre de 2017, avanço de 13% ante 2016. As despesas financeiras foram de R$ 315 milhões no terceiro trimestre, redução de R$ 25 milhões em relação ao período exatamente anterior. As receitas financeiras atingiram R$ 149 milhões no trimestre, R$ 79 milhões abaixo do observado no último trimestre. Desta forma, o resultado financeiro no período, excluídas as variações cambiais, foi negativo em R$ 165 milhões.
Expectativas
O lucro de R$ 391 milhões da Klabin no terceiro trimestre de 2017 ficou 15% abaixo da média das projeções das casas consultadas pela Prévia Broadcast (Itaú BBA, BTG Pactual, Santander, Morgan Stanley e Lopes Filho), que estimava R$ 462 milhões. O Ebitda ajustado, de R$ 750 milhões, veio 5,6% acima do esperado pela média das projeções (Itaú BBA, BB Investimentos, BTG Pactual, Santander, Morgan Stanley e Lopes Filho), que era de R$ 710 milhões.
Já a receita líquida no terceiro trimestre de 2017, que totalizou R$ 2,225 bilhões, ficou em linha com o esperado, de R$ 2,339 bilhões. Neste item, as casas consultadas foram Itaú BBA, BB Investimentos, BTG Pactual, Morgan Stanley e Lopes Filho. O Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) considerou que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.
Investimentos
A Klabin investiu R$ 216 milhões no terceiro trimestre de 2017, uma queda de 61% ante o volume aportado no mesmo período do ano passado. Do total empregado pela Klabin de julho a setembro de 2017, R$ 99 milhões foram para continuidade operacional das fábricas, R$ 54 milhões para a área florestal, R$ 40 milhões em projetos especiais e expansões e R$ 23 milhões para o projeto Puma.
Alavancagem
A alavancagem da Klabin, medida pela relação dívida líquida e Ebitda, ficou em 4,4 vezes ao final do terceiro trimestre de 2017, ante 4,9 vezes no trimestre exatamente anterior e 5,1 vezes em setembro de 2016. A dívida líquida somou R$ 11,147 bilhões em setembro de 2017, uma queda de 5,1% ante junho de 2017 e de 2,8% ante setembro do ano passado.
Custo caixa unitário
O custo caixa unitário da produção de celulose da Klabin subiu 3% no terceiro trimestre de 2016 para 2017, para R$ 681 por tonelada. O aumento, segundo o informe de resultados da companhia, ocorreu com custos não recorrentes, principalmente no mês de agosto, como colheita de madeira em áreas mais distantes.
“A Klabin também aproveitou o período de menos incidência de chuvas na região para intensificar a colheita de madeira em localidades mais distantes e de difícil acesso durante períodos chuvosos, refletindo em custos pontuais de fibras. Já no mês de setembro, sem maiores impactos de efeitos não recorrentes, o custo caixa unitário de produção de celulose já apresentava redução, situando-se em patamar inferior ao do segundo trimestre de 2017”, informou a empresa.
Já o custo caixa unitário total, que contempla a venda de todos os produtos da Klabin, isto é, da divisão de celulose e papel, foi de R$ 1.751 por tonelada, 2% abaixo na comparação com o mesmo período do ano anterior. “Tal redução pode ser explicada pelo maior volume de produção de celulose que conta com um custo unitário mais baixo, pelo efeito da diluição decorrente do aumento no volume de vendas e por menores despesas de vendas e administrativas no trimestre”.
Na composição do custo caixa, pessoal corresponde a 36%, madeira/fibras a 19%, químicos a 12%, frete 11%, paradas de fábricas para manutenção com 11%, óleo combustível a 4%, energia elétrica com 3% e outros com 4%. O custo dos produtos vendidos (CPV) no trimestre foi de R$ 1,652 bilhão, 7% acima do mesmo período do ano passado, em linha com a elevação do volume de vendas.
Despesas
As despesas com vendas foram de R$ 171 milhões no terceiro trimestre de 2017, 8% abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado. A redução pode ser explicada principalmente pela normalização do nível de despesas comerciais após a fase de ramp up das vendas de celulose.
As despesas gerais e administrativas apresentaram estabilidade na comparação com 2016 e totalizaram R$ 125 milhões de julho a setembro de 2017.
“Destacam-se no trimestre o resultado dos esforços da companhia após as adequações das estruturas para fazer frente às novas operações de celulose, que compensaram impactos de inflação e dissídios durante o período”, defendeu a empresa, no informe de resultados. Outras receitas e despesas operacionais resultaram em uma despesa de R$ 14 milhões no período.
Efeito não caixa
Durante o terceiro trimestre de 2017, o efeito não caixa do valor justo dos ativos biológicos impactou negativamente o resultado operacional da Klabin (Ebit) em R$ 60 milhões. O indicador reflete o peso da base florestal dentro dos negócios da empresa.
O resultado foi obtido, segundo o informe de resultados da companhia, com o efeito de R$ 205 milhões da exaustão do valor justo dos ativos biológicos no custo dos produtos vendidos. Já o efeito positivo do valor justo dos ativos biológicos foi de R$ 145 milhões. Durante o segundo trimestre de 2017, o efeito não caixa do valor justo dos ativos biológicos impactou positivamente o Ebit em R$ 244 milhões.
(Por Marcelle Gutierrez)