LREN3, MGLU3, VIIA3: Shein voltou a fazer estrago na Bolsa?
As varejistas lideraram com folga as quedas do Ibovespa na sessão desta segunda-feira (10). Como pano de fundo, investidores seguem acompanhando com lupa a movimentação da Shein, empresa de e-commerce asiática que disparou na preferência de consumidores brasileiros.
No pregão, Lojas Renner (LREN3), a maior vítima do crescimento da chinesa no país segundo analistas, derreteu 6,46%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) caiu 4,09% e Via (VIIA3) teve redução de 3,77%.
Além do ‘tabuleiro de xadrez’ que se tornou o varejo brasileiro, o cenário macro também não ajudou.
As taxas dos contratos futuros de juros, cuja as varejistas estão altamente expostas, fecharam a segunda-feira em alta, em movimento de ajuste ante o forte recuo de sexta-feira e após a divulgação de dados fracos sobre a economia chinesa, com os investidores à espera de novos dados de inflação a serem divulgados no Brasil e nos EUA durante a semana.
“O que vemos hoje (segunda-feira) é uma volta dos juros, mas muito pífia. As taxas voltaram um pouco, porque estão com leve tendência de alta de curto prazo, e haviam caído muito na sexta-feira. É natural voltar a subir”, comentou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior à Reuters.
Já a queda do Magazine Luiza se soma ao fato do Santander ter elevado o preço-alvo da varejista de R$ 2,8 para R$ 4,8, mas mantido a recomendação neutra para o papel.
“A próxima etapa de alta pode ser desencadeada por uma recuperação operacional que ainda não se materializou e, portanto, preferimos esperar por um ponto de entrada melhor para equilibrar o risco de decepção nos lucros”, argumentou o banco.
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Expansão da Shein
Enquanto isso, notícias sobre a expansão da Shein no país se avolumam. Na semana passada, a GLP, líder global desenvolvedora e operadora de galpões logísticos, anunciou seu maior contrato de locação com a Shein.
Com o novo contrato, de aproximadamente 135 mil m², no mesmo condomínio classe AAA – o GLP Guarulhos II – a Shein ocupará o maior galpão já construído pela empresa no país.
Felipe Feistler, da Shein no Brasil, diz que a parceria é um grande avanço de capacidade logística para a marca.
“Ter o nosso terceiro galpão estrategicamente localizado entre os maiores centros de consumo do país é mais um passo em linha com os investimentos que anunciamos no Brasil.
Investidores estão migrando de setor?
Rafael Passos, analista da Ajax Asset, sustenta que as varejistas que trabalham com o público de menor valor agregado tendem a sofrer diretamente com o crescimento da Shein.
“Vemos esse impacto em Lojas Renner, que vem sofrendo mais forte. O mercado vem se posicionando em empresas que possuem o ticket médio mais alto, que são mais resilientes e que estão com uma estrutura de capital mais equilibrada, como Arezzo (ARZZ3). Está bem distinto a performance dessas varejistas”, afirma.
Com Reuters