Louise Barsi sobre Banco do Brasil (BBAS3): ‘Torcida para que deixe de ser queridinha para comprar barato’

O Banco do Brasil (BBAS3) perdeu pontos com o mercado após resultados considerados fracos e bem abaixo das expectativas. Parte dos analistas acredita que os números vão piorar antes de mostrar sinais de melhora.
Porém, as cifras não foram suficientes para desanimar Louise Barsi, sócia e fundadora da AGF e filha do megainvestidor Luiz Barsi, conhecido como rei dos dividendos.
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Em seu Instagram, a investidora disse que o BB é ‘um claro exemplo de como as narrativas mudam rápido no mercado’.
“O banco é o mais exposto de todos à carteira agro. A dificuldade do setor obviamente se refletiria mais cedo ou mais tarde e isso já era esperado”, escreveu em seu storys após ser questionado por um seguidor.
A carteira do agro foi um dos grandes detratores do resultado do BB, com disparada da inadimplência, que obrigou o banco a aumentar as provisões para crédito, colchão usado para cobrir calotes.
O resultado foi um tombo de 20% do lucro, a R$ 7,3 bi, quando o mercado esperava lucro de R$ 9 bi.
“Existem preocupações válidas para observamos, como a velocidade de expansão dessa carteira. Tudo isso impacta provisões e consequentemente lucratividade “.
Apesar disso, Louise disse que torce para que ‘deixe de ser queridinha para continuarmos comprando barato’.
Dividendos do Banco do Brasil vão cair com ‘baque’ do lucro?
Além de números considerados ruins, os analistas ligaram o sinal amarelo para o futuro do banco, já que a inadimplência e a Resolução nº 4.966 ainda pesam.
Mas será que a queda do lucro pode “bater” em um dos seus grandes chamarizes, os dividendos?
Na teleconferência de resultados, Geovanne Tobias, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos, lembrou que, no quarto trimestre, o BB já havia sinalizado que pagaria entre 40% a 45% de proventos.
“Considerando o resultado do primeiro trimestre e todas as dificuldades observadas, incluindo a deterioração do risco de crédito na carteira rural, optou-se, de forma conservadora, pela distribuição do piso da faixa, ou seja, 40% de payout“, disse.
Ainda segundo ele, é prematuro especular sobre uma eventual revisão da política de dividendos. Para o executivo, a base de capital permanece sólida, o balanço segue robusto e o crescimento operacional das linhas de negócio continua em curso.
Matheus Lima, analista de investimentos e sócio da casa de análise Top Gain, diz que a queda pode até gerar uma oportunidade para comprar barato ações de um banco que é bom.
“E, obviamente, já conhecemos o modelo de negócio do Banco do Brasil. Sabemos que é um banco bom, que entrega resultado bacana, mas está passando por um problema muito ruim, agora com inadimplência no agronegócio.”
Para ele, eventualmente, o banco terá algum problema.
“Conforme esses estresses vão causando uma desvalorização nas ações, você, comprando o papel barato, em um cenário de valorização, se beneficia muito disso no recebimento de dividendos futuros.”
Em sua visão, agora o momento é de dificuldade, é verdade.
“Mas lembrando que, quanto mais barato você paga por um papel, maior, no futuro, é o recebimento de dividendos que você tem. Então, não vejo motivo para pânico para quem tem interesse em investir no papel para longo prazo.”
Para a XP, apesar de o Banco do Brasil ter apresentado um resultado negativo expressivo, a ação ainda está atrativa — assim como os dividendos.
A recomendação é de compra. O retorno estimado (dividend yield) para a ação é de 8,6%.