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Loteria instantânea pode faturar até R$ 115 bilhões em 15 anos

22 out 2019, 16:32 - atualizado em 22 out 2019, 16:32
No total, a expectativa é que a operação das loterias instantâneas traga R$ 19 bilhões para os cofres públicos nos 15 anos de concessão (Imagem: Divulgação loterias da CEF)

As vendas de jogos de loteria instantânea, conhecida como raspadinha, deve gerar um faturamento entre R$ 112 bilhões e R$ 115 bilhões em 15 anos.

Essa é a estimativa dos estudos do governo para a concessão da Lotex, operada pela Caixa Econômica Federal (CEF), e leiloada hoje (22). As empresas International Game Technology (IGT), com sede em Londres, e a norte-americana Scientific Games (SG), formaram o consórcio vencedor da concorrência realizada na B3 (B3SA3).

Como único a disputar o leilão, o consórcio venceu oferecendo o lance mínimo de parcela inicial de R$ 96,9 milhões. Serão pagas ainda outras sete parcelas fixas anuais no valor R$ 103 milhões, corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

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Apesar de ter sido pago apenas o valor mínimo estipulado pelo governo, o secretário de Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia, Alexandre Manoel Angelo, avaliou o resultado de forma positiva. “Nesse negócio, apesar de não ter tido ágio, muito mais importante do que a outorga é esse faturamento ao longo do tempo”, ressaltou.

Pelo contrato, o governo vai receber 16,7% do faturamento para investimentos em cultura, esporte e segurança pública. Essa última área deve receber 90% desses recursos. A estimativa do secretário é que após 5 anos, quando os jogos estiverem consolidados, os valores para segurança ultrapassem R$ 1,5 bilhão ao ano. No total, a expectativa é que a operação das loterias instantâneas traga R$ 19 bilhões para os cofres públicos nos 15 anos de concessão.

Grandes empresas

Juntas, a IGT e a SG são responsáveis por 80% do mercado global de loterias instantâneas, que movimenta cerca US$ 80 bilhões em todo o mundo.

Segundo o diretor para o Brasil da IGT, Roberto Quattrini, as empresas optaram por atuar de forma conjunta devido à complexidade do mercado brasileiro.

“Essas duas empresas se juntaram porque o Brasil é complexo, são 26 estados. Não é fácil desenvolver uma operação de distribuição e de jogo como poderia ser em um país de uma dimensão mais normal”, enfatizou.

O consórcio estima que conseguirá começar a operar seis meses após a assinatura do contrato, fazendo as vendas em julho de 2020.

Antes do resultado de hoje, haviam sido tentados dois leilões da concessão das loterias instantâneas sem atrair interessados. Isso levou o governo a flexibilizar as exigências para participação do negócio. O número de parcelas para pagamento pela outorga foi dobrado de quatro para oito e o tamanho mínimo das empresas foi reduzido.