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Lone Star e Castlelake se opõem a plano para dívida da Atvos

08 ago 2019, 16:02 - atualizado em 08 ago 2019, 16:02
A Atvos apresentou um plano de recuperação judicial na quarta-feira e propôs aos credores com garantia o pagamento de 65% da dívida com um período de carência  (Imagem:Rovena Rosa/Agência Brasil)

O Lone Star Funds e o Castlelake LP, fundos credores da Atvos, unidade de etanol da Odebrecht, se opõem ao plano de reestruturação das dívidas proposto pela empresa, segundo duas pessoas com conhecimento direto do assunto.

A proposta reduziria o valor presente líquido da dívida da Atvos em até 90%, um corte muito elevado para os credores aceitarem, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas. A Atvos deve cerca de US$ 300 milhões aos dois fundos.

Credores locais, incluindo o Banco do Brasil, também rejeitariam a oferta, disse uma das pessoas. O BNDES ainda não analisou a proposta, de acordo com outra pessoa.

A Atvos apresentou um plano de recuperação judicial na quarta-feira e propôs aos credores com garantia o pagamento de 65% da dívida com um período de carência de amortização de principal de 5 anos e de 3 anos para pagamento de juros. Essa dívida pagaria 115% da taxa interbancária DI.

Os restantes 35% se transformariam em debêntures perpétuas híbridas que pagariam os credores somente quando a empresa distribuísse dividendos. Essas debêntures seriam reajustadas pela TR, que geralmente é menor do que o DI.

Uma fonte próxima à empresa disse que a versão final a ser aprovada certamente não será essa apresentada pela Atvos.

Segundo a companhia, a apresentação do plano é “o primeiro passo para as negociações com os credores.” A proposta visa preservar as operações da Atvos além de 40 mil empregos diretos e indiretos que serão criados, disse a empresa.

Uma pessoa próxima à empresa disse que os credores, que também incluem o Bradesco, se tornariam sócios da Atvos.

O Banco do Brasil e o BNDES estão entre os maiores credores da Atvos, com um total de R$ 11 bilhões em dívidas. Nenhum dos três bancos quis comentar a proposta de Atvos.