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Lojistas contam com vacinação para superar ômicron, mas temem escalada dos juros

17 jan 2022, 8:12 - atualizado em 17 jan 2022, 8:12
Varejo Coronavírus Shoppings
Não há consenso no setor de shoppings sobre eventual redução no horário de funcionamento (Imagem: Câmara dos Deputados/Ricardo Stuckert)

Neste início de ano, a variante ômicron provocou uma explosão de casos da covid-19 no Brasil, desafiando a atividade econômica e a tese da reabertura. Um dos primeiros setores a sentir os reflexos é a indústria de shoppings centers.

A Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas de Satélites), que representa lojistas menores do setor, chegou a propor a redução do horário de funcionamento dos shoppings diante da alta taxa de contaminação.

A associação alegou que muitos funcionários estão afastados por doenças respiratórias (incluindo casos de gripe) e que o movimento de clientes está abaixo do esperado.

“Apesar dos ruídos que circulam no setor, as notificações que recebemos dos lojistas associados relatando desfalques de funcionários afastados por covid-19 ou gripe foram mínimos no começo do ano”, afirma Luis Augusto Ildefonso, diretor institucional da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).

A Alshop reforça que o horário de funcionamento dos shoppings centers seja mantido e que não haja restrição de horários, demanda amplamente apoiada pelos mais de 25 mil lojistas espalhados pelo Brasil representados pela associação.

Procurada pelo Money Times, a Ablos informou que irá aguardar a semana para checar o aumento de número de atestados de Covid e Influenza entre os funcionários para assim se manifestar.

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Enfrentamento

A receita dos shoppings para resistir e superar os efeitos da variante ômicron — que, segundo especialistas, é a mais contagiosa até o momento, está na confiança da vacinação em massa da população.

“No Brasil, atingimos um patamar de cobertura vacinal que traz segurança aos cidadãos. Dentro dos shoppings, vale lembrar que todos os protocolos de saúde estabelecidos pelas autoridades têm sido cumpridos”, explica o diretor da Alshop.

Segundo Ildefonso, no final do ano passado foi realizada uma pesquisa com os lojistas associados. Os dados revelaram que a retomada dos shoppings aos patamares pré-pandemia são esperados no segundo trimestre de 2022.

Contudo, ao considerar os efeitos da ômicron, o diretor reconhece que a expectativa para o ano ainda é incerta.

Calo no sapato

Compras parceladas estão mais caras com a elevação dos juros no Brasil (Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

O especialista também lembra do impacto negativo do ciclo de alta da Selic para conter a inflação, que fechou 2021 em 10,06%, a taxa mais elevada desde 2015.

Ao elevar a Selic, as compras parceladas são encarecidas e um dos principais setores a sentir o baque é o varejo.

“Juros são o principal calo no sapato dos lojistas. Neste ano, ainda contamos com alto índice de desemprego que freia o consumo e se soma a uma logística atrapalhada, marcada pela falta de matéria-prima no mercado”, alerta Ildefonso.