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Lojas Renner: por que os investidores pagam caro por uma ação?

24 fev 2020, 17:00 - atualizado em 24 fev 2020, 17:00
Renner LREN3
Lojas Renner: exemplo de que, às vezes, vale a pena pagar mais para ter um retorno sossegado (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

A Lojas Renner (LREN3) é um dos muitos casos de ações “caras”, mas que continuam atraindo investidores, segundo a Rico, corretora de investimentos da XP Inc.

Para os analistas Matheus Soares e Thiago Salomão, que assinam o relatório, essa é uma oportunidade para lembrar que, nem sempre, ação barata é sinônimo de bom negócio.

“Uma ação barata, muitas vezes, tem motivo para ser barata. Esses motivos podem ser: governança duvidosa, má alocação de recursos ao longo da história, dívida elevada, setor competitivo etc.”, afirmam os analistas.

Os investidores sabem que um dos jeitos mais simples e práticos para determinar se uma ação está cara é o P/L – a relação entre preço da ação e o lucro. Quanto mais alto for o resultado dessa divisão, mais “caro” está o papel.

Papel caro e querido

A Rico lembra que a Lojas Renner, historicamente, sempre foi considerada cara, pela comparação de seus múltiplos com os das concorrentes, mas os investidores nunca a tiraram do radar.

“Isso porque ela conseguiu entregar bons resultados consistentemente, possui uma boa governança e outros vários fatores”, acrescenta a corretora.

Para a Rico, a Renner é um exemplo de que, às vezes, é melhor pagar caro por algo garantido, do que arriscar dinheiro num papel barato – mas sem garantia de retorno.

“Algumas empresas consideradas ‘caras’ seguem como boas alternativas de investimento pelo simples fato de elas conseguirem surpreender o mercado no ‘L’ da equação [P/L]”, observa a Rico.

E acrescenta: “em alguns casos, o próprio P/L aumenta, ou seja, o mercado aceita pagar mais pelo lucro que a companhia entregará.” Isto porque, o mercado sabe que o resultado virá sem muitos riscos. Quem não pagaria mais pelo sossego de um retorno garantido?