Lojas Renner: coronavírus e e-commerce “abaixo da média” frustram projeções

O mercado deve reagir mal ao resultado da Lojas Renner (LREN3) no primeiro trimestre de 2020, avalia o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (21).

“A Renner apresentou um balanço prejudicado pelas circunstâncias desafiadoras da pandemia do coronavírus, com as vendas mesmas lojas desacelerando para -10,7% e forte alta das perdas de crédito (175%)”, apontam os analistas Victor Saragiotto e Pedro Pinto.

A margem Ebitda ajustada despencou 12 pontos percentuais e o lucro líquido caiu para R$ 10 milhões.

“É provável que o desempenho da Renner seja prejudicado enquanto a sombra da pandemia persistir, pois se traduz em menor tráfego nas lojas (piorado pelo fato de 93% das lojas serem baseadas em shopping centers) e menor disposição do consumidor de comprar bens mais discricionários em meio à crise”, explicam Saragiotto e Pinto.

Projeções

O Credit Suisse reconhece que a Renner possui boas perspectivas de longo prazo e possui excelente execução, estratégia de visão de futuro e balanço sólido, mas não calcula uma recompensa de risco atraente no curto prazo.

“Tememos uma ‘ressaca’ prolongada no consumo geral, uma vez que os pilares da demanda no varejo serão enfraquecidos (ou seja, uma maior taxa de emprego, menor confiança do cliente e salário, etc.)”, pontuam os analistas.

Para eles, o crescimento do comércio eletrônico parece estar abaixo de seus pares analisados pelo banco, não ajudando a sustentar a receita da empresa.

A recomendação para as ações é neutra, com preço-alvo de R$ 55.