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Lojas Renner: cenário de curto prazo é desafiador, mas não muda visão positiva de analistas

22 maio 2020, 12:08 - atualizado em 22 maio 2020, 12:09
Renner LREN3
O cenário permanecerá desafiador para a Lojas Renner nos próximos meses, com a demanda por itens discricionários caindo conforme as dificuldades do ambiente macro vão se agravando (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Analistas do BTG Pactual (BPAC11) e do BB Investimentos esperavam uma piora nos resultados do primeiro trimestre da Lojas Renner (LREN3) por conta dos impactos da covid-19 no setor de varejo, mas não imaginaram que a queda seria tão expressiva.

O lucro da empresa despencou 93,6% na comparação anual. Já o Ebitda caiu 64,9%, para R$ 110,9 milhões, enquanto a margem atingiu 7,2%, correspondendo a uma queda de 12 pontos percentuais.

As vendas foram altamente afetadas no período, trazendo pressão para os lucros. Antes do surto, o desempenho acompanhava níveis similares aos do quarto trimestre do ano passado, mas com o fechamento temporário das lojas a partir de março, o SSS (Vendas Mesmas Lojas) caiu 10,7%.

Para a Guide Investimentos, o balanço veio melhor do que o esperado.

“A empresa estava com bom desempenho até a segunda quinzena de março, quando foi desafiada por ter suas lojas fechadas e acabou tendo de antecipar algumas inovações que iriam ocorrer entre 2020 e 2022”, explicou.

O e-commerce, inclusive, expandiu 33%, apesar da redução nos investimentos de marketing.

“Sua loja online começou a mostrar resultados positivos a partir de abril, o que pode ser uma tendência para os próximos períodos”, complementou a corretora.

Segundo trimestre

O cenário permanecerá desafiador para a Lojas Renner nos próximos meses, com a demanda por itens discricionários caindo conforme as dificuldades do ambiente macro vão se agravando.

Apesar do impacto expressivo no curto prazo, as vendas online devem atenuar as quedas das operações.

O BB Investimentos espera observar no segundo trimestre um aumento expressivo das vendas pelo canal digital (Imagem: YouTube/EstiloRenner)

“Dada a exemplar capacidade de execução do e-commerce, esperamos observar nos resultados do segundo trimestre um aumento expressivo das vendas pelo canal digital, amparada pela omnicanalidade desenvolvida ao longo dos últimos anos”, destacou a analista do BB, Georgia Jorge. A recomendação para a ação é de market perform, com preço-alvo para o fim de 2020 de R$ 37,10.

Luiz Guanais e Gabriel Savi, do time de análise do BTG, defenderam a boa posição da varejista no segmento de vestuário brasileiro.

“Mantemos nossa recomendação de compra baseada em três pilares: (i) a estrutura moderna da cadeia de suprimentos, o que poderá ser particularmente relevante com a reabertura da economia; (ii) a participação de mercado; (iii) e a execução premium”, listaram os analistas. O preço-alvo indicado em 12 meses é de R$ 46.

A Ágora Investimentos e a XP Investimentos também reiteraram a confiança sobre a empresa, destacando o bom preparo para os períodos de dificuldades que estão por vir.