Lojas Renner: cenário de curto prazo é desafiador, mas não muda visão positiva de analistas
Analistas do BTG Pactual (BPAC11) e do BB Investimentos esperavam uma piora nos resultados do primeiro trimestre da Lojas Renner (LREN3) por conta dos impactos da covid-19 no setor de varejo, mas não imaginaram que a queda seria tão expressiva.
O lucro da empresa despencou 93,6% na comparação anual. Já o Ebitda caiu 64,9%, para R$ 110,9 milhões, enquanto a margem atingiu 7,2%, correspondendo a uma queda de 12 pontos percentuais.
As vendas foram altamente afetadas no período, trazendo pressão para os lucros. Antes do surto, o desempenho acompanhava níveis similares aos do quarto trimestre do ano passado, mas com o fechamento temporário das lojas a partir de março, o SSS (Vendas Mesmas Lojas) caiu 10,7%.
Para a Guide Investimentos, o balanço veio melhor do que o esperado.
“A empresa estava com bom desempenho até a segunda quinzena de março, quando foi desafiada por ter suas lojas fechadas e acabou tendo de antecipar algumas inovações que iriam ocorrer entre 2020 e 2022”, explicou.
O e-commerce, inclusive, expandiu 33%, apesar da redução nos investimentos de marketing.
“Sua loja online começou a mostrar resultados positivos a partir de abril, o que pode ser uma tendência para os próximos períodos”, complementou a corretora.
Segundo trimestre
O cenário permanecerá desafiador para a Lojas Renner nos próximos meses, com a demanda por itens discricionários caindo conforme as dificuldades do ambiente macro vão se agravando.
Apesar do impacto expressivo no curto prazo, as vendas online devem atenuar as quedas das operações.
“Dada a exemplar capacidade de execução do e-commerce, esperamos observar nos resultados do segundo trimestre um aumento expressivo das vendas pelo canal digital, amparada pela omnicanalidade desenvolvida ao longo dos últimos anos”, destacou a analista do BB, Georgia Jorge. A recomendação para a ação é de market perform, com preço-alvo para o fim de 2020 de R$ 37,10.
Luiz Guanais e Gabriel Savi, do time de análise do BTG, defenderam a boa posição da varejista no segmento de vestuário brasileiro.
“Mantemos nossa recomendação de compra baseada em três pilares: (i) a estrutura moderna da cadeia de suprimentos, o que poderá ser particularmente relevante com a reabertura da economia; (ii) a participação de mercado; (iii) e a execução premium”, listaram os analistas. O preço-alvo indicado em 12 meses é de R$ 46.
A Ágora Investimentos e a XP Investimentos também reiteraram a confiança sobre a empresa, destacando o bom preparo para os períodos de dificuldades que estão por vir.