Lojas Americanas e B2W: com possível fusão no radar, analistas enxergam melhor “momentum” à frente
A Lojas Americanas (LAME4) e a B2W (BTOW3) devem mostrar recuperação nos próximos meses, após saírem de um trimestre fraco em resultados, afirmou o BTG Pactual (BPAC11). Com o início dos estudos para uma fusão e um começo promissor em 2021, os analistas do banco enxergam um melhor momentum para ambas as empresas.
No caso da B2W, o BTG acredita que existe uma tendência estrutural positiva para plataformas horizontais com grande variedade. Isso, somado ao tráfego nos canais e o foco em níveis de serviço, deve garantir uma consolidação mais rápida do e-commerce entre alguns potenciais vencedores (dentre eles a B2W).
Sobre Lojas Americanas, além da potencial combinação de negócios com sua controlada, a parceria com a BR Distribuidora (BRDT3) deixa os analistas otimistas com o desempenho da varejista mais à frente, abrindo caminho para um re-rating da ação.
O time de análise do Safra vê a fusão como uma maneira definitiva de as companhias integrarem seus negócios, gerando ganhos de eficiência operacional e crescimento em receitas. Há, porém, poucas informações sobre o assunto. Até conseguir uma visibilidade maior, a instituição acha que as ações podem ser negociadas de lado.
O Safra tem recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) tanto para Lojas Americanas quanto para B2W.
O BTG indicou a compra dos papéis de ambas as empresas. Os preços-alvo estipulados são de R$ 38 (Lojas Americanas) e R$ 120 (B2W).
Resultados
A Lojas Americanas encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de R$ 400,4 milhões, patamar estável ante o mesmo intervalo de 2019.
A receita líquida, por outro lado, caiu 4,8% e totalizou R$ 4,1 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) seguiu a mesma tendência de queda. No trimestre, o indicador recuou 5,8% em termos ajustados, para R$ 993,5 milhões.
A B2W conseguiu reverter o prejuízo do quarto trimestre de 2019 e lucrou R$ 15,6 milhões nos últimos três meses de 2020.
O Ebitda ajustado cresceu 51,7% no comparativo anual, para R$ 385,7 milhões. No entanto, o destaque ficou para as vendas totais, que avançaram 38,2% e somaram R$ 9,1 bilhões. O desempenho impulsionou a receita líquida, que terminou em R$ 3,3 bilhões.
Segundo a XP Investimentos, o ritmo de crescimento acelerado das vendas da B2W é positivo e sugere que 2021 será um ano bom para o e-commerce da companhia.
“Vemos a aceleração do ritmo de crescimento do GMV (volume bruto de mercadorias) de B2W nos primeiros meses do ano como positiva e está em linha com nossa expectativa de que a B2W se destaque em 2021 em termos de ganhos de participação de mercado devido a uma base de comparação ‘mais fácil’ (já que seu marketplace foi mais prejudicada em 2020) aliada a melhores condições oferecidas aos seus vendedores parceiros do marketplace e consumidores”, comentaram Danniela Eiger, Marco Nardini e Thiago Suedt, analistas de Varejo da corretora, em relatório divulgado na semana passada.
A XP manteve a recomendação de compra para os dois nomes, com preços-alvo de R$ 36 e R$ 121 a Lojas Americanas e B2W, respectivamente.