Log CP (LOGG3) avança na B3 após ‘melhor ano de seu história’; analistas avaliam se ação vale a pena
A administradora de galpões logísticos Log CP (LOGG3) reportou na quarta-feira (5) que o lucro de 2024 foi de aproximadamente 80% maior que no comparativo anual e avaliou que este foi o “melhor ano de sua história”. Hoje (6), a ação avançou 4,98%, a R$ 20,04, na B3.
A Log teve lucro líquido de R$ 100 milhões no quarto trimestre, crescimento de 36,6% ante o mesmo período de 2023. No acumulado do ano, o avanço foi de 76,6%, para R$ 344,4 milhões, conforme balanço.
O faturamento líquido da companhia no trimestre encerrado em dezembro subiu 17,5%, com margem bruta praticamente estável em 97,6%. No mesmo período, a empresa teve lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 142,6 milhões, mais que o dobro do apurado no mesmo período de 2023. A margem Ebitda marcou uma alta de 255%, ante os 133,3% um ano antes.
Para o BTG Análises, os números vieram em linha com as estimativas da equipe de análise, enquanto a surpresa positiva veio dos resultados financeiros, que consideraram “um evento pontual”.
Apesar do cenário macroeconômico mais desafiador devido à alta dos juros, a banco vê as ações da Log atrativas, o que justifica a recomendação de compra.
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O Banco Safra, por sua vez, destacou as métricas operacionais impressionantes, impulsionadas por preços de locação mais altos, que continuam aumentando o retorno sobre custo das novas entregas, o que, consequentemente, melhora a margem bruta em vendas futuras.
Os analistas chamam atenção, porém, para o P&L mais fraco. Ou seja, isso significa que o lucro líquido foi pressionado, principalmente devido a maiores custos financeiros, pagamento de dividendos e recompra de ações, apesar das boas métricas operacionais.
“Acreditamos que a maior rentabilidade das entregas recentes, aliada à forte demanda pelos ativos AAA da Log, deve continuar sustentando margens brutas saudáveis em vendas futuras, garantindo o financiamento necessário para apoiar seu agressivo plano de expansão”, avaliaram.
A reação positiva do mercado, no entanto, não era o esperado pelo JP Morgan. Em relatório recente, o banco pontuou que o AFFO (Adjusted Funds from Operations) — que se equipara ao fluxo de caixa operacional ajustado após CapEx — ficou abaixo das expectativas.
Outro ponto de atenção trazido pelos analistas do banco é o aumento da dívida líquida em R$ 200 milhões no trimestre, passando para R$ 1,25 bilhão, o que pressiona o crescimento futuro do FFO (Fluxo de Caixa Operacional Ajustado).
O banco mantém a sua recomendação neutra para a ação com um preço-alvo de R$ 27, o que representa uma valorização de 41,4% em relação ao último fechamento.
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*Com informações da Reuters