Lockdown mais rígido na Alemanha eleva risco de recessão
A decisão da Alemanha de endurecer um segundo lockdown em resposta ao coronavírus aumentou o risco de outra recessão na maior economia da Europa, disseram economistas nesta segunda-feira.
A chanceler Angela Merkel e outros líderes concordaram no domingo em fechar a maioria das lojas de quarta-feira até pelo menos 10 de janeiro para reverter uma onda de infecções por Covid-19, já que restrições mais leves introduzidas em 2 de novembro não conseguiram controlar a alta nos casos.
A economia alemã sofreu sua pior recessão já registrada depois que a primeira onda de infecções por coronavírus reduziu o Produto Interno Bruto do país em 1,7% no primeiro trimestre e a taxa sem precedentes de 9,8% no segundo trimestre.
A economia teve recuperação de 8,5%, ritmo mais forte do que o esperado, no terceiro trimestre, impulsionada por maiores gastos do consumidor e pelas exportações.
O ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, disse nesta segunda-feira que espera que a Alemanha possa evitar outra recessão, apesar da decisão de apertar o lockdown nacional.
Mas economistas do Commerzbank, Berenberg Bank, Deutsche Bank e ING concordaram que esse cenário é altamente improvável e que o lockdown mais rígido está empurrando a maior economia da Europa para uma segunda recessão, também chamada de recessão de duplo tombo.
O Commerzbank agora espera que a economia alemã recue pelo menos 1% nos últimos três meses deste ano e 0,5% nos primeiros três meses do próximo ano.
O economista do Berenberg Bank Holger Schmieding disse que agora espera que o PIB recue 1,8% no quarto trimestre, abaixo de sua estimativa anterior de queda de 1,0%.