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Localiza (RENT3) vai acelerar venda de carros no 2º semestre, espera melhorar margens

23 fev 2022, 14:39 - atualizado em 23 fev 2022, 14:39
Localiza
No quarto trimestre de 2021, o custo de renovação de frota da Localiza foi de 15 mil reais por carro e a expectativa é que este número cresça nos próximos meses (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

A Localiza (RENT3) deve acelerar a venda de veículos seminovos a partir do segundo semestre, após decidir frear os negócios da área no fim de 2021, o que impactou os resultados.

A companhia divulgou na noite da véspera que suas vendas de seminovos caíram 51% no quarto trimestre sobre um ano antes, com as montadoras tendo dificuldade de entregar veículos novos, em meio à escassez de componentes eletrônicos e outras autopeças.

As ações da Localiza tinham baixa de 4,8% às 14h27, uma das maiores quedas do Ibovespa, que recuava 0,21%.

Segundo o diretor de finanças da Localiza, Rodrigo Tavares de Sousa, a queda nas vendas de seminovos obedeceu à estratégia de priorizar aluguel de veículos e gestão de frotas, mas poderá ser revertida nos próximos meses.

“Neste ano, temos contratos assinados que permitem volumes muito maiores de recebimento de veículos que no ano passado”, disse ele em conferência com analistas. “O primeiro quadrimestre ainda vai ser difícil, mas a partir do segundo semestre vamos ver melhora no recebimento”, acrescentou.

Isso permitirá acelerar vendas no segundo semestre, disse a diretora de relações com investidores da empresa, Nora Lanari.

No quarto trimestre de 2021, o custo de renovação de frota da Localiza foi de 15 mil reais por carro e a expectativa é que este número cresça nos próximos meses, mas a empresa avalia ter geração de caixa suficiente para ampliar as compras sem precisar recorrer a emissão de dívida, disse Sousa.

Além da oferta apertada, a empresa também registrou aumento no número de roubos de veículos no trimestre.

A elevação da taxa, segundo os executivos, é parcialmente explicada por uma mudança de critério de contabilização, mais rigoroso no reconhecimento dos sinistros, afirmou Sousa.

Segundo ele, antes a empresa levava mais tempo para considerar um veículo alugado não devolvido como roubo. “Agora, com alguns clientes que consideramos como de alto risco podemos lançar (como sinistro) em no máximo uma semana”, disse ele, acrescentando que a empresa inclusive tem recusado assinar contratos de aluguel com clientes considerados “de alto risco”.

O executivo afirmou que após medidas para controlar os roubos, que incluíram investimento em telemetria e análise de dados, o índice de roubos da Localiza em janeiro ficou abaixo dos níveis históricos.

Ele não deu detalhes sobre os números.

“Não esperamos ter mais algum tipo de impacto relevante sobre isso”, disse o diretor financeiro.

Sobre a combinação de negócios com a Unidas (LCAM3), aprovada pelo Cade em dezembro, Sousa afirmou que as negociações sobre a obrigação de vender cerca de 50 mil carros e outros ativos da empresa adquirida, estão aceleradas.

“Temos excelente número de interessados. Estamos avaliando vários deles”, disse o executivo.

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