Localiza (RENT3) é ‘dor de curto prazo para um ganho de longo prazo’, vê BBA; hora de comprar?
O Itaú BBA reiterou a sua recomendação de compra para as ações de Localiza (RENT3), com preço-alvo de R$ 60. Os analistas veem a ação como uma “dor de curto prazo para um ganho de longo prazo”.
Após o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), na última terça-feira (13), RENT3 caiu cerca de 15%, o que é visto pelo BBA como uma oportunidade para consolidar a visão sobre a companhia e revisar para cima as estimativas.
Hoje, os papéis da companhia fecharam o pregão com alta de 3,87%, a R$ 44,25.
Os analistas ainda veem uma assimetria negativa para Localiza no curto prazo, tendo em vista que, nas expectativas de lucros, há risco de queda em relação ao consenso. A casa estima lucro líquido para 2025 de R$ 3,5 bilhões contra R$ 3,8 bilhões do mercado.
Em relação ao múltiplo justo, acreditam que a visibilidade limitada sobre os fundamentos dos seminovos deve impedir os investidores de pagarem múltiplos de lucro próximos aos níveis históricos (média de 10 anos em 15x-20x para P/E de 1 ano à frente, em comparação com 13x em 2025 atualmente).
“Dito isso, ainda não temos evidências de que haja um problema estrutural com a tese, o que significa que os investidores poderão encontrar retornos atraentes se os resultados financeiros da Localiza convergirem para seu poder de lucro no futuro.”
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Já o potencial de longo prazo permanece atraente para os analistas, já que o poder de lucro da empresa poderá ultrapassar R$ 5 bilhões após 2025.
“Reconhecemos que isso levará mais tempo do que esperávamos para se concretizar, mas mesmo que a empresa atinja nosso poder de lucro estimado apenas em 2027, investir em ações ainda poderá render uma TIR (taxa interna de retorno) atraente de 23%. No entanto, isto pode exigir tempo e alguma tolerância à volatilidade.”
2T24 da Localiza
O balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24) da Localiza mostrou prejuízo líquido consolidado de R$ 570 milhões. Com isso, ampliou em mais de seis vezes o prejuízo de R$ 89 milhões reportado no mesmo período do ano passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado totalizou R$ 2,349 bilhões, estável na comparação anual, considerando o ajuste a valor recuperável do ativo e os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). A margem Ebitda consolidada ficou em 54,3%, ante 70,1% um ano antes.
Já receita líquida consolidada registrou avanço anual de 32,2%, totalizando R$ 9,049 bilhões. Na divisão aluguel de carros, a receita líquida somou R$ 2,2 bilhões, 16,1% acima do mesmo período em 2023, resultado do crescimento de 3% no número de diárias e do aumento da diária média, segundo a companhia.
Entre os impactos negativos, a companhia destacou os R$ 936 milhões de aumento na depreciação de carros e outros, pela revisão das estimativas de valor líquido de venda. Além disso, cita o efeito de R$ 103 milhões vindo da tragédia no RS. A companhia teve cerca de 2,6 mil carros, oito agências de aluguel e duas lojas de seminovos afetados pela crise climática.
*Com Estadão Conteúdo