Comprar ou vender?

Localiza (RENT3) amplia prejuízo em mais de 6 vezes no segundo trimestre e ações caem 16%; hora de vender?

14 ago 2024, 11:59 - atualizado em 14 ago 2024, 17:40
localiza JCP aumento de capital
Localiza lidera baixas do Ibovespa após balanço do segundo trimestre de 2024 (Imagem: LinkedIn/Localiza)

As ações da Localiza (RENT3) encerraram o pregão desta quarta-feira (14) como a maior queda do Ibovespa (IBOV).

Na véspera, a companhia divulgou seu balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), que mostrou prejuízo líquido consolidado de R$ 570 milhões. Com isso, ampliou em mais de seis vezes o prejuízo de R$ 89 milhões reportado no mesmo período do ano passado.

Os papéis RENT3 fecharam o dia com recuo de 16,84%, a R$ 40,00.



O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado totalizou R$ 2,349 bilhões, estável na comparação anual, considerando o ajuste a valor recuperável do ativo e os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. A margem Ebitda consolidada ficou em 54,3%, ante 70,1% um ano antes.

Já receita líquida consolidada registrou avanço anual de 32,2%, totalizando R$ 9,049 bilhões. Na divisão Aluguel de Carros, a receita líquida somou R$ 2,2 bilhões, 16,1% acima do mesmo período em 2023, resultado do crescimento de 3% no número de diárias e do aumento da diária média, segundo a companhia.

Entre os impactos negativos, a companhia destacou os R$ 936 milhões de aumento na depreciação de carros e outros, pela revisão das estimativas de valor líquido de venda. Além disso, cita o efeito de R$ 103 milhões vindo da tragédia no Rio Grande do Sul. A companhia teve cerca de 2,6 mil carros, oito agências de aluguel e duas lojas de seminovos afetados pela crise climática.

Os analistas do BTG Pactual comentam que o balanço foi “fraco e poluído”, impactado por provisões para ajustes ao valor recuperável, depreciação maior e os impactos no Rio Grande do Sul.

Após discutir extensivamente com muitos investidores, o banco acredita que o mercado ainda foi pego de surpresa pelo ajuste significativo no valor recuperável da companhia no segundo trimestre, especialmente em termos de magnitude (3,4% do valor de mercado e 3,5% do valor da frota).

“Esperamos que essa surpresa cause uma reação negativa no curto prazo. No entanto, a empresa começou a fornecer informações sobre as tendências de depreciação futura, o que aborda uma preocupação significativa em relação à ação”.

Para estimar as faixas de depreciação, os analistas pontuam que a Localiza está considerando:

  • Redução no preço dos carros seminovos no 2T24;
  • Ampliação da diferença entre carros novos e usados;
  • Redução do ciclo de vida de RAC de 18 para 15 meses; e
  • Normalização das margens na venda de carros usados.

Mesmo em meio à falta de confiança dos investidores na empresa nos últimos meses, os analistas consideram esse guidance importante. Apesar de já anteciparem uma reação negativa do mercado, acreditam na trajetória de melhoria do spread de ROIC (retorno sobre o capital investido) para sustentar a recomendação de compra da ação.

Ainda que os resultados tenham vindo abaixo do esperado e com piora nos preços de carros usados, o Bradesco BBI mantém a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 80, com base em:

  • Potencial upside para Seminovos devido ao cenário de queda nas taxas de juros;
  • RENT3 negociando a 12,3x o múltiplo P/L esperado para 2025, um desconto de 54% em relação à média histórica;
  • O spread do RoIC deve se expandir para 7 pontos percentuais;
  • Upside da Localiza México ainda não foi precificado.

Localiza não sabe quando voltará a níveis pré-pandêmicos

Na teleconferência realizada nesta quarta-deira (14), Rodrigo Tavares, CFO da companhia, afirmou que não é possível prever quando a companhia retornará a patamares pré-pandêmicos.

Segundo ele, há expectativa de uma normalização gradual do ROIC spread nos próximos trimestres. Ainda, ele explicou que a alta da depreciação registrada pela companhia no segundo trimestre de 2024 reflete um conjunto de fatores.

Neste sentido, Tavares destacou a redução do preço de seminovos no período e a redução do ciclo de vida útil depreciável na divisão de aluguel de carros.

*Com Estadão Conteúdo

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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