Locadoras: “momento de oportunidades” está em risco por efeitos do coronavírus
As três principais locadoras de veículos do Brasil (Localiza (RENT3), Movida (MOVI3) e Unidas (LCAM3)) apresentaram, no geral, bons resultados do quarto trimestre de 2019. Segundo a Guide Investimentos, as empresas vêm seguindo uma tendência de crescimento há anos, grande parte devido à crescente preferência do consumidor em fazer uso dos bens em vez de possuí-los.
“As locadoras estão vivendo um momento com muitas oportunidades dentro do setor. No entanto, os efeitos do novo coronavírus vão acabar impactando de maneira relevante no desempenho delas durante o ano de 2020”, afirmou a corretora.
As empresas aguardavam para este ano um ritmo similar ao de 2019. Porém, com o coronavírus no radar, espera-se que elas revisem suas estimativas para baixo.
“Isto principalmente porque enfrentarão problemas relacionados ao fornecimento de carros e restrições de crédito”, destacou a Guide.
Encerrando o ano bem
A Unidas alcançou lucro líquido de R$ 348,8 milhões nos últimos três meses do ano passado, aumento de 49,3%. O bom desempenho também foi visto na receita líquida anual, cujo valor subiu 43,8% em relação a 2018 e alcançou R$ 4,7 bilhões.
O lucro trimestral da Movida cresceu 63%, encerrando em R$ 84,1 milhões. A receita no período avançou 34,2% e somou R$ 1 bilhão.
A Localiza, embora tenha registrado um crescimento considerável do custo de depreciação por carro, também reportou números que agradaram o mercado. O lucro do quarto trimestre subiu 25,9% e o Ebitda teve uma variação de 40,2%.
Pronta para o coronavírus
Contrariando a perspectiva de revisão apontada pela Guide, a Localiza havia dito na semana passada, em teleconferência com analistas, que “está pronta para enfrentar os diferentes cenários ligados à disseminação do coronavírus”.
Segundo a matéria da Reuters, a Localiza afirmou que benefícios podem chegar para a empresa com a queda das viagens internacionais, pois o fluxo de turistas migraria para o mercado doméstico e aceleraria o movimento de aluguel de carros nos aeroportos.
O uso de automóveis também cresceria com a queda da utilização de transporte público.
“Consideramos diversos cenários e temos bastante flexibilidade para reagir a eles”, afirmou Maurício Teixeira, diretor de finanças e de relações com investidores da Localiza.