Livre comércio: Como funciona o acordo do Mercosul e União Europeia?
Os líderes dos países que compõe o Mercosul e da União Europeia anunciaram um acordo de livre comércio entre os blocos econômicos. Após 25 anos de negociações, o acordo foi aprovado na última sexta (6), durante a cúpula do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai.
“Ambos blocos estão determinados para conduzir tais atividades nos próximos meses, com vistas à futura assinatura do acordo”, afirma o documento que anunciou o acordo.
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O acordo chega em um momento de tendência ao protecionismo e ao unilateralismo diante das crescentes tensões mundiais.
De acordo com Fernanda Brandão, coordenadora de Relações Internacionais da Faculdade Mackenzie Rio, a assinatura do acordo cria para os dois blocos a oportunidade de expandir o acesso a outros mercados e reduzir a dependência econômica direta dos EUA.
Além disso, a coordenadora afirma que acordo mostra o compromisso e a expectativa da UE e do Mercosul com negociações no âmbito multilateral. “O acordo aumenta o acesso ao mercado do Mercosul para os bens e produtos europeus e, em contrapartida, favorece o acesso ao mercado europeu para bens e produtos oriundos do Mercosul”.
Brandão explica que isso pode representar uma maior cartela de bens e produtos disponíveis para consumo para a população dos países da UE e do Mercosul e preços mais baixos diante da maior competição com bens estrangeiros.
“O processo de redução das tarifas de importação será feito de forma progressiva ao longo de 10 anos e deve cobrir em torno de 90% dos bens totais produzidos por cada bloco”, destaca.
Quais setores serão destaque com o acordo?
Segundo Brandão, os setores mais competitivos de cada bloco serão os principais beneficiados em um primeiro momento. “Produtores agrícolas de países europeus e alguns setores industriais e pequenos produtores nos países do Mercosul temem os efeitos da competição ampliada”, explicou a coordenadora.