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Livraria Cultura tem falência decretada pela Justiça de São Paulo

09 fev 2023, 21:08 - atualizado em 09 fev 2023, 21:08
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Empresa não cumpriu o aditivo ao plano de recuperação judicial (Imagem: Wikimedia Commons)

O juiz Ralpho Waldo de Barros Monteiro Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, decretou nesta quinta-feira (9) a falência da Livraria Cultura.

Em conjunto, foi decretada a falência da 3H Participações, holding não operacional da qual partiam as decisões do grupo.

De acordo com o magistrado, as empresas não cumpriram o aditivo ao plano de recuperação judicial, incluindo a ausência de quitação dos créditos trabalhistas que deveriam ter sido integralmente quitados até junho de 2021.

Manifestações foram apresentadas pela administradora judicial ressaltando o descumprimento das obrigações vigentes do aditivo ao plano de recuperação judicial, bem como relatos de indícios de fraudes em movimentações financeiras realizadas por sócios da empresa. Credores também relataram o inadimplemento dos seus créditos.

Livraria Cultura: “Tristeza” e informações incompletas

“É com certa tristeza que se reconhece, no campo jurídico, não ter o Grupo logrado êxito na superação da sua crise”, manifestou o juiz, na sentença.

“Assim, é caso de convolação da recuperação judicial em falência, pois as Recuperandas descumpriram o aditivo ao plano de recuperação judicial, não prestaram informações de maneira completa, não se verificando, pois, perspectiva (e em verdade tampouco diligência por parte dos interessados) para a superação da crise evidenciada”, completou.

Na decisão, o magistrado exonerou a atual administradora judicial, a seu pedido, sendo nomeado outro escritório para a função.

Também foi determinada a suspensão das ações e execuções contra a falida, bem como a proibição de atos de disposição ou oneração de bens da falida, o bloqueio de ativos, entre outros. A Livraria Cultura ainda pode recorrer da decisão.

A rede de livrarias entrou com o pedido de recuperação judicial em 2018 diante dos atrasos de pagamento junto a editores e do acúmulo de dívidas gerado em meio à crise do mercado editorial. Na época, a Livraria Cultura declarou dívidas no valor de R$ 285,4 milhões.

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