Lira manda recado ao governo em evento em NY
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), mandou recado ao governo nesta terça-feira (9) ao afirmar que o Congresso vai brigar para que não haja retrocessos em assuntos aprovados no passado.
A declaração acontece após os deputados derrubarem as mudanças propostas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no marco do saneamento, e em meio a questionamento do governo sobre a privatização da Eletrobras (ELET3).
“A principal reforma que o Congresso brasileiro vai ter que brigar diariamente é a reforma de não deixar retroceder tudo o que já foi aprovado no Brasil no sentido da amplitude do que é liberal”, disse Lira no evento Lide, em Nova York.
O deputado apontou ainda para um clima de “insegurança jurídica” no país, que estaria afugentando investimentos externos, sem citar o caso da Eletrobras.
“Não é o Congresso que tem faltado a ela (segurança jurídica). Não é o Congresso que tem instabilizado a segurança jurídica no país. Nós precisamos que esse ambiente se normalize, se tranquilize”, afirmou.
Lula entra em campo, mas deverá ceder mais a Lira
Depois da derrota no marco do saneamento e do adiamento do PL das Fake News, o presidente Lula entrou em campo para dar o freio de arrumação cobrado por seus correligionários.
Ao longo desta semana, ele deve se reunir com presidente de partidos aliados para azeitar a relação do governo com o Congresso. O PSB deve inaugurar a lista de conversas, nesta quarta-feira (10), mas PSD, MDB e União Brasil também serão ouvidos.
-
- Quem tem medo do Leão?
O Money Times disponibilizou o guia do Imposto de Renda 2023 como cortesia a todos os leitores. Retire o seu exemplar aqui e veja as melhores dicas para fugir da malha fina.
- Quem tem medo do Leão?
A mobilização de Lula acontece em um ambiente marcado por negociações de medidas prioritárias, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária.
O ministro Alexandre Padilha afirmou nesta segunda-feira (8) que a rodada de conversa com partidos contará com a participação de ministros indicados pelas legendas e líderes, e “certamente” haverá cobrança de votos alinhados com o governo.
Segundo Valdo Cruz, do portal G1, a avaliação de Lula é que Padilha fecha os acordos necessários para garantir votos ao governo, mas a equipe ministerial não está fazendo a sua parte de liberar os recursos aos parlamentares.
Após se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), no início da última semana, Lula já pediu que R$ 10 bilhões sejam liberados para cumprir com os acordos firmados com os congressistas.
Entretanto, assessores presidenciais ouvidos por Cruz avaliam que Lula terá que ceder mais ao grupo de Lira se quiser aprovar as principais propostas do governo dentro do Congresso.
De acordo com o colunista, Lira está disposto a ajudar o governo, mas espera que o Palácio do Planalto também o ajude. Recentemente, ele ficou insatisfeito porque sua indicação de um desembargador para o Tribunal Regional Federal não foi aceita.
* Com informações de Reuters.