Lira diz esperar que votação da MP dos Ministérios tenha servido de ensinamento ao governo
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quinta-feira esperar que a aprovação pela Câmara dos Deputados da medida provisória (MP) da reestruturação dos Ministérios tenha servido de “ensinamento” para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentar seus esforços na construção de uma base de apoio no Congresso.
“O que aconteceu nesta semana, eu espero que o dia de ontem tenha servido de ensinamento, foi um grande esforço dos partidos independentes, dos partidos até de oposição, em ajudar na votação, por um apelo, que foi feito do presidente Lula a mim pessoalmente, um apelo meu aos líderes”, disse Lira em entrevista à GloboNews, ressaltando que o clima inicial era de rejeição da MP, mas destacando também o trabalho do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Lira reforçou que um governo sem maioria no Parlamento não pode achar que partidos independentes têm obrigação de votar de acordo com os interesses do Palácio do Planalto.
Para Lira, o governo precisa se aproximar dos chamados partidos de centro para reforçar sua base. O presidente da Câmara lembrou que Lula deu Ministérios a alguns partidos como forma de ter o apoio no Congresso e que isso pode ser feito com outras siglas, mas voltou a negar que tenha feito pedidos específicos –segundo uma fonte do Planalto, ele estaria buscando espaço nos ministérios para seu próprio partido, o PP, e o Republicanos.
“Eu sempre defendo os partidos de centro, porque ai do Brasil se eles não existissem, né, sempre dão equilíbrio entre a radicalização de um lado, a radicalização de outro… Eu torço para que o governo acerte, espero um posicionamento do presidente Lula para que ele, pessoalmente, dê esse ‘start’, parta dele a formação dessa base”, disse Lira.
“Espero que todos os alertas que foram feitos tenham servido do bom e do melhor empenho, da melhor boa vontade, para dar um alerta para o governo, uma chacoalhada, para que ele realmente se posicione”, acrescentou o deputado.
Questionado se tem sido menos aliado do Palácio do Planalto do que durante o governo Jair Bolsonaro, de quem foi mais próximo, o presidente da Câmara disse que em todas as matérias importantes votadas na Casa se comportou do mesmo modo como fazia na gestão anterior, citando, entre outros projetos, o do novo arcabouço fiscal.
“Eu não gero problemas, eu os resolvo e os alerto”, disse.