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Linx converte aumento de 18% da receita em prejuízo de R$ 9 milhões, e desagrada a todos

09 jun 2020, 10:17 - atualizado em 09 jun 2020, 10:17
Linx
Cliente em apuros: impacto da Covid-19 no varejo atinge em cheio a Linx (Imagem: Money Times)

Num trimestre em que a maioria das empresas lutou contra uma abrupta queda de receitas, que gerou um efeito em cascata e arrasou as demais linhas do balanço, a Linx (LINX3) se deu ao luxo de desperdiçar um aumento de dois dígitos na receita líquida, consumida por custos elevados, e deixou os analistas de mau humor.

A receita líquida total foi de R$ 208,531 milhões, um número 18% maior na comparação com o mesmo período do ano passado. Mas esse desempenho promissor ficou pelo caminho. A Linx obteve prejuízo líquido de R$ 9,054 milhões, ante lucro de R$ 17,180 milhões na comparação.

O grande vilão foi o aumento de custos e despesas. Os custos de serviços prestados subiram 21,4%, para R$ 72,8 milhões. Mais impressionante ainda, foi a alta de 47,3% nas despesas operacionais, que bateram R$ 134,7 milhões.

Drenos de lucro

“Novamente, um elevado nível de despesas mais do que ofuscou um bom resultado na primeira linha”, afirmam Silvio Doria e Luís Azevedo, que assinam o relatório do Banco Safra.

A dupla relaciona alguns dos elementos que drenaram o dinheiro que entrou: os custos para incorporar as recentes aquisições da PingPag, Neemo, Seta Digital, Millennium e Hiper, bem como os elevados custos com a Black Friday e o Natal, que continuaram pressionando a companhia no primeiro trimestre.

Carlos Sequeira e Osni Carfi, que assinam a análise do BTG Pactual, acrescentam outra preocupação: o mercado de softwares de gestão de faturamento desenvolvidos pela Linx, e que compõem seu core business, está desacelerando, na esteira da pandemia de coronavírus.

O motivo é que os varejistas, principal clientela da empresa, simplesmente não consegue mais funcionar, por causa do fechamento das atividades não-essenciais.

Histórico

“Os resultados da Linx se deterioraram nos últimos trimestres. O crescimento orgânico desacelerou e as margens caíram para o menor nível da série histórica”, dizem os analistas.

Apesar de tudo, nenhum dos bancos cortou a recomendação ou o preço-alvo da companhia. O Safra manteve a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 40, o que dá um potencial de alta de 92% sobre a cotação usada como referência pelo banco.

Já o BTG Pactual manteve a recomendação de compra, com preço-alvo também de R$ 40. Veja o relatório de resultados da Linx.

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